Imóvel histórico da região da Trindade, em Florianópolis, a Igrejinha da UFSC padece de problemas estruturais, de infiltração e na fiação elétrica. O cinquentenário Coral da UFSC, que há décadas usava o local como sede para os ensaios, assim como as outras atividades musicais do Departamento Artístico Cultural (DAC) da universidade, foram transferidas para a Galeria de Arte da UFSC.

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O apelo para cuidados no prédio veio da regente do Coral, Miriam Muniz. Ela contou que no ano passado houve um problema de curto circuito e de chuva dentro da igrejinha:

– Há problemas inclusive na pintura mural de Hassis- alerta.

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Em janeiro deste ano os telhados do complexo artístico-cultural que envolve os espaços do Teatro e da Igrejinha da UFSC passaram por reparos. Em nota, a Diretoria Geral de Comunicação da instituição informou que os trabalhos ainda estão em andamento, já que a empresa terceirizada que prestou o serviço está trabalhando para corrigir detalhes que ficaram pendentes. Equipes de manutenção predial da Universidade e da Secretaria de Cultura (SeCult) estão acompanhando esses reparos.

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– O complexo engloba edificações de grande relevância histórica para Florianópolis e para a universidade. Quando a atual gestão da UFSC tomou posse, em 2012, eram muitos os desafios, principalmente de atender às demandas de espaço físico. Assumimos mais de 50 mil metros quadrados em obras em todos os campi, entre elas, uma recuperação completa do complexo – justificou o texto.A reforma completa da Igrejinha e do Teatro está atualmente em fase de captação de recursos, inclusive junto ao Ministério da Cultura (MinC).

– O Governo Federal passa por uma fase de contingenciamento orçamentário, por isso o projeto de reestruturação não pôde acontecer até o momento. No entanto, manutenções pontuais têm sido realizadas no espaço e as atividades que não podem acontecer devido às limitações de espaço físico têm sido realocadas – informou a diretoria de comunicação.

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IMÓVEL NÃO É TOMBADO

A primeira edificação da Igrejinha da UFSC foi feita quando o bairro Trindade era uma região rural na Ilha de Santa Catarina, usada como caminho entre o Centro da cidade e a Lagoa da Conceição. A primeira capela da então freguesia da Santíssima Trindade de Trás do Morro data de 1848.

De acordo com pesquisa do historiador Clóvis Werner, a torre frontal da igreja foi feita em 1938, durante uma reforma. Nos anos 1950 foi construído o Salão Paroquial, entre a Igrejinha e a Casa do Divino, que além de eventos religiosos sediava apresentações teatrais, os “dramas” dos grupos de jovens, além de exibição de filmes.

Em 1961 os terrenos da região foram doados para a universidade e a igrejinha foi destinada ao Coral da UFSC.Em 1978 o interior do prédio recebeu a pintura mural Humanidade, do célebre artista Hassis (1926 – 2001), que havia morado parte da sua vida no bairro. No ano seguinte o Teatro da UFSC foi inaugurado onde era o Salão Paroquial. O complexo ainda não tem tombamento histórico.

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