A queda de braço entre o prefeito Dário Berger (PMDB) e o eleito Cesar Souza Junior (PSD) sobre a organização do carnaval teve mais um capítulo. A Liga das Escolas de Samba (Liesf) participou de uma reunião na prefeitura nesta quinta-feira para acertar os repasses de verbas, mas a decisão final ainda depende de um posicionamento de Cesar.

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O prefeito eleito disse nesta quinta, em entrevista a CBN Diário, que o modelo de financiamento dos desfiles precisa ser revisto. Para Cesar, o custo para os cofres públicos é muito alto e seria necessário buscar dinheiro na iniciativa privada. Mas para 2013, ele considera que não haveria tempo hábil para captação de recursos.

Cesar ainda está analisando as informações que recebeu da prefeitura sobre a realização do carnaval em 2013 e vai anunciar oficialmente seu posicionamento na próxima segunda-feira. Independentemente do desfile, o prefeito eleito afirmou que o carnaval de rua em Florianópolis vai ser realizado.

O procurador-geral do município, Jaime de Souza, responsável pela transição na atual administração, reafirmou ontem que a prefeitura mantém a decisão de só repassar as duas primeiras parcelas para as escolas de samba se Cesar aceitar o acordo de arcar com a outra metade dos custos.

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Nos bastidores, a informação extraoficial do resultado da reunião da Liesf com a prefeitura era de que a parte da verba do carnaval prometida pela atual administração seria depositada nas contas das escolas, mas ficaria bloqueada até a resposta do prefeito eleito. O presidente da Liga, Zeca Machado, não confirmou a informação, mas sinalizou que o encontro foi positivo.

– Só tenho a dizer que o carro andou um pouco para frente – disse ele sobre a reunião.

Os representantes das escolas voltam a se reunir com a prefeitura nesta sexta-feira, às 11h. Por enquanto, Machado diz que ainda não tem um plano B para financiar o carnaval, caso a situação não se resolva.

Além dos desentendimentos com o carnaval, a equipe de transição de Cesar continua reclamando da falta de respostas da prefeitura para as informações técnicas e financeiras solicitadas. O prefeito eleito solicitou, por exemplo, a relação de empenhos que ainda não foram pagos e o calendário de exoneração dos funcionários comissionados.

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O procurador do município rebate as críticas dizendo que alguns empenhos ainda serão pagos até o final do mês e que a situação dos comissionados não diz respeito a próxima gestão.

A polêmica da Zona Azul, que também exaltou os ânimos durante a transição, teve um encaminhamento. Cesar negociou com o Ministério Público do Trabalho para prorrogar por 90 dias o atual contrato. Os detalhes desse acordo são discutido em uma nova reunião, no dia 17.