Desde sua primeira inovação, um algoritmo que garantia melhores resultados em buscas na internet, o Google não parou mais. Quer distribuir internet em balões para os cantos mais remotos do mundo e já começam a circular os primeiros carros sem motorista desenvolvidos pela empresa.

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Para entender um pouco mais sobre como funciona o processo criativo da maior empresa de “internet” do mundo, conversamos com o diretor de tecnologia e Solution Engineer do Google para América Latina, Fernando Teixeira. O papo mostra que pensar junto é mais do que fazer reuniões ou juntar grupos para brainstormings.

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DC: O que é ter um mindset voltado para o Design Thinking e o que é a metodologia do Active Engagement, citadas como importante dentro do processo criativo do Google?

Fernando Teixeira: As metodologias aplicadas no Google – Design Thinking e Active Engagement – que são as bases do nosso processo criativo e sustentam nossos pilares de inovação – podem ser aplicadas em qualquer lugar. Combinamos engajamento e produtividade para o intercâmbio de ideias.

É uma forma transformadora e ambiciosa de pensar, sempre buscando resultados 10X maiores em vez de 10%. É o que chamamos no Google de Moonshot Thinking, o pensamento 10X. Para melhorar um produto ou processo 10X, é preciso reinventá-lo, não basta otimizá-lo.

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Por exemplo: se pensarmos em desenvolver um motor 10% mais econômico, que faça 50 km por litro, pensaríamos em como otimizar o processo. Porém, se o desafio for fazer um motor que faça 500 km por litro, teremos que reimaginá-lo, recriá-lo e pensar em caminhos disruptivos para atingir o nosso objetivo. Esse é o conceito de pensar 10x.

DC: Como ela pode começar a ser aplicada?

Teixeira: É por isto que precisamos utilizar a tecnologia para gerar engajamento em tempo real e permitir que a inovação aconteça em qualquer lugar, de forma mais rápida. Também é preciso criar um ambiente para que as pessoas possam compartilhar ideias e conhecimento de forma dinâmica. Mas este espaço não precisa ser físico. Pode ser virtual, mais inclusivo e escalável.

O processo criativo não mudou, mas foi acelerado com a tecnologia. Para que possa crescer e antecipar as necessidades das novas gerações, é preciso repensar suas abordagens e estratégias, considerando a mudança acelerada no mundo, no ambiente de trabalho e na nova geração de pensadores que já está 100% conectada e usa a tecnologia ao seu favor para acelerar os processos de negócios.

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DC: A inovação é um produto ou um processo?

Teixeira: A inovação é um processo e hoje surge do mercado consumidor. A tecnologia pessoal que utilizamos em nosso dia a dia geralmente é melhor que a corporativa. 71% dos usuários tem melhor índice de satisfação com a tecnologia que usam em casa comparada com a do trabalho.

Acreditamos que qualquer produto pode ficar melhor se o foco estiver em melhorar a vida dos usuários. A inovação e a disrupção estão cada vez mais rápidas na nova era digital. O primeiro passo para quem quer continuar inovando é adotar a cultura certa.

DC: Mesmo setores mais tradicionais e consolidados tem espaço para a mentalidade da inovação?

Teixeira: Mesmo as empresas mais tradicionais e consolidadas do mercado estão mudando a maneira de gerir dentro das organizações. Elas já perceberam que é preciso se reinventarem constantemente para estar à frente dos concorrentes e têm buscado nosso apoio para realizar processos profundos de mudança organizacional, tanto em sua cultura como na gestão dos negócios.

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DC: Como conciliar colaboração, mobilidade e aplicativos mais intuitivos à separação em vida profissional e vida pessoal? Essa “barreira invisível” está se rompendo à medida em que todo nosso trabalho está a apenas um toque na tela do celular de distância?

Teixeira: A tecnologia empodera o profissional, permite que ele seja cada vez mais produtivo e eficiente. A colaboração e a mobilidade das plataformas na nuvem, como o Google Apps for Work, por exemplo, oferece às pessoas a possibilidade de trabalhar em qualquer lugar, desde qualquer dispositivo. Com isto, o profissional tem cada vez mais liberdade da fazer suas escolhas e otimizar seu tempo da melhor maneira possível, melhorando sua produtividade e qualidade de vida.

Os aplicativos na nuvem facilitam a vida das pessoas, reduzem as rotinas de TI e dão maior poder para os usuários como contribuidores. Com isto, as áreas de TI podem se focar no desenvolvimento de sistemas mais simples para responder aos desafios inerentes a cada negócio.

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