Após denúncias contra o Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, feitas por pais que reclamam da transferência dos filhos com câncer para um setor sem condições de recebê-los, a comissão de Saúde da Assembleia Legislativa vistoriou o local na manhã desta quarta-feira.

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De acordo com o relato dos pais, a unidade para onde as crianças estão indo é inadequada e insuficiente para abrigar todo o grupo.

O promotor Marcílio de Novaes Costa, da Infância e Juventude, que acompanhou a vistoria, irá entrar com pedido de liminar hoje para que sejam cumpridas antecipadamente as solicitações de dois processos abertos contra o Governo do Estado em 2008, como a realização das atividades da Unidade de Terapia Intensiva em local adequado, aprovado pela gerência médica e de enfermagem e pela comissão técnica de controle de infecção. Assim como a contratações de funcionários para reabertura de leitos.

A deputada Ana Paula Lima (PT), que é enfermeira e foi quem levou as denúncias ao Ministério Público de Santa Catarina, também participou da visita. Ainda esteve presente o secretário de Saúde, Dalmo Claro Oliveira.

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Ana Paula demonstrou preocupação com as obras do setor oncológico. Por estar interditado desde o final do ano passado, crianças têm passado por transferências de unidades. A próxima, que deve ocorrer ainda nesta semana com 14 pacientes, será a terceira em nove meses.

– Se as obras estivessem prontas isso não estaria acontecendo. Elas vão para um setor que não é o ideal. Vamos pedir ao governador do Estado, Raimundo Colombo, uma força-tarefa, para acabar com estas obras o quanto antes – disse a deputada.

O secretário de Saúde, Dalmo de Oliveira, rebate esta informação dizendo que está será a segunda transferência. A primeira foi para o setor de cardiologia, há noves meses. Mas, agora, o espaço será usado para receber a Unidade de Terapia Intensiva que está com goteiras. Com isso, as crianças em tratamento de câncer serão levadas para a ala A, que estava desativada.

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-É a mesma equipe de enfermeiros, a mesma equipe de médicos. Só muda o quarto-, destaca.

Mas essa troca não está sendo bem aceita pelos pais e nem pelos deputados que fizeram a vistoria.

Ela ainda estranhou o fato de ter chegado ao hospital e ver homens trabalhando no setor oncológico, já que as obras estavam paradas.

Dalmo de Oliveira destaca que não será preciso uma força-tarefa para agilizar as obras já que está fazendo tudo o que é possível. A previsão dele é de que em um mês a reforma da oncologia seja concluída e que ainda este ano termina a reforma da UTI e do centro cirúrgico.

Entenda o problema

No meio do ano passado, o setor de oncologia foi fechado quando detectaram contaminação por fungos, que estavam na tubulação. Junto com a desinfecção, iniciou uma obra de reforma que ainda não acabou. Além da mudança da tubulação, foi substituído o sistema de ar-condicionado e o piso ainda será trocado. A previsão da Secretaria da Saúde é terminar a reforma em até um mês.

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