No último domingo, os dois representantes do Vale do Itapocu eleitos em 2014 para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) tomaram posse. Um deles, o deputado Carlos Chiodini (PMDB), não assumirá a vaga junto aos colegas, tomando posse nessa semana da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável. A cerimônia estava agendada para esta segunda-feira, porém, foi adiada por causa da agenda do governador Raimundo Colombo (PSB). Uma nova data será marcada ainda para esta semana.
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O segundo representante do Vale, o deputado estadual jaraguaense Vicente Augusto Caropreso (PSBD), assumiu a vaga na Assembleia e já organiza o começo dos trabalhos e os temas que devem ser pautados ao longo de seu mandato. Sua expectativa é levar ao debate político a regionalização da saúde, além de temas como segurança e meio ambiente.
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Médico neurologista e ex-deputado federal (1998-2002), Caropreso volta à cena política após um hiato de 12 anos. Sua eleição foi marcada por uma das mais inusitadas situações do pleito de 2014: a perda de 287 votos de uma urna em Içara, Sul do Estado, levou o jaraguaense e seu colega tucano Dóia Guglielmi a uma disputa judicial, já que a diferença da eleição entre os dois foi apenas de 37 votos. Sem conseguir recuperar os dados da urna danificada, Caropreso manteve sua eleição como 21º candidato mais votado do Estado: foram 41.089 votos, metade deles de Jaraguá do Sul.
AN Jaraguá – As comissões da Alesc estão sendo formadas. O senhor já tem confirmada sua participação em alguma delas? De quais pretende participar?
Vicente Augusto Caropreso – Se o acordo entre os partidos e os blocos partidários for mantido, ocuparei, como muita honra e satisfação, a presidência da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente. Além desta, gostaria de participar das comissões de Saúde e de Segurança Pública. Da mesma forma, da do Mercosul.
ANJ – Há projetos específicos que tenham sido moldados entre as eleições e sua posse na Assembleia? Quais são eles?
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Caropreso – Na minha campanha, alguns temas foram muito repetidos e são minhas reais preocupações. Na área ambiental, o compromisso com os rios; e a educação em tempo integral e com mais qualidade. É preciso preparar os catarinenses para o futuro competitivo que o mercado exige por meio da definitiva incorporação do ensino da informática em alto nível .
No âmbito da saúde, estou me preparando para discutir a proposta de saúde regionalizada , pois acredito que seja a forma de acesso mais rápido à medicina de média complexidade, que é a grande dificuldade do cidadão dentro dos municípios. Na segurança pública , vou discutir uma proposta de incentivos fiscais para que pessoas físicas e jurídicas possam realizar doações dedutíveis de impostos, para as polícias civil e militar, por meios dos conselhos de segurança (Consegs).
ANJ – Muitos hospitais carecem de recursos públicos para sua manutenção. Quais seriam as possíveis soluções para essa defasagem?
Caropreso – Os hospitais filantrópicos atendem 80% da clientela do SUS em Santa Catarina e recebem, pelos serviços prestados, muito abaixo do que custa o serviço. Prejuízo garantido de 35% para cada atendimento realizado pelo SUS. Nesta realidade, os municípios mais uma vez são penalizados, pois tem que socorrer os hospitais, mas o Governo Estadual poderia e deveria ajudar mais.
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Limita-se a cumprir aquilo que reza na constituição: 12% do orçamento para a saúde. Os municípios estouram em mais de 25% em média, quando deveriam utilizar apenas 15%. O Governo Federal nega-se a discutir esta realidade, inventa projetos, mas não ajuda como deveria. A Presidente Dilma Rousseff vetou, em 2012 , a participação da União com 10% do orçamento na área da saúde.
ANJ – E quanto à Jaraguá do Sul? O que precisa ser feito para tornar a saúde na cidade ainda melhor?
Caropreso – Jaraguá do Sul é uma cidade ímpar. A sociedade organizada, leia-se, pessoas físicas e jurídicas, têm mantido e equipado os nossos hospitais, além de também manter uma rede ambulatorial invejável. Na área pública o atendimento poderia melhorar com a maior presença de médicos de muitas especialidades em que estamos carentes. Da mesma forma, na rede básica nos postos de saúde com uma maior resolutividade no atendimento médico. Aguardamos o início de operação da UPA para reduzir a pressão sobre os nossos hospitais. A instalação da faculdade de Medicina seria muito importante, pois poderia introduzir um reforço no atendimento e nivelar por cima os procedimentos médicos.
ANJ – Há algum projeto específico para o Vale do Itapocu que o senhor tenha em mente?
Caropreso – Projeto para a região significa agilizar a duplicação da BR-280. Vou cobrar de forma incansável. E ainda lutar pelo reforço de mais policiais. Sem esquecer a limpeza e proteção dos rios para evitar inundações e o contato direto e responsável com a sociedade organizada.
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