Após viver dias de incertezas, o casal Valdirene e Ronaldo Ferreira da Silva, de Joinville, que tem uma filha portadora da síndrome rara cromossomopatia, vislumbra um futuro melhor para Nicolle Vitória, de cinco anos. A garota corria o risco de ficar cega se não fizesse uma cirurgia ocular. O custo elevado da operação – cerca de R$ 6 mil – e a falta de médicos para realizar o procedimento na rede pública de saúde de Joinville deixaram Valdirene e Ronaldo desesperados.
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O jornal “A Notícia“ mostrou o drama da família na edição do dia 27 de março e, desde então, novas perspectivas se abriram. Nas últimas semanas, leitores e internautas se mobilizaram para ajudar a criança a realizar a cirurgia por meio de doações em dinheiro. Telefonemas, e-mails e visitas também mudaram a rotina da família. A mãe de Nicolle conta que o Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem, de Joinville, já realizou uma consulta de cortesia para avaliar a situação da menina.
– Fiquei emocionada em ver que a questão da cirurgia será resolvida, pois, apesar de todas as dificuldades dela (Nicolle), não consigo imaginar como seria chegar em casa e encontrar ela sem ao menos poder olhar para mim e o pai dela – afirma.
Desde muito cedo, a menina convive com complicações que a fazem ficar internada em hospitais por longos períodos. Portadora da síndrome denominada cromossomopatia, Nicolle tem atraso no desenvolvimento físico e mental. Não anda, não fala e tem muita dificuldade para ganhar peso. Atualmente, a menina tem 9,5 quilos, peso indicado para crianças de um ano de idade.
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Para corrigir os pés curvados, outra consequência da síndrome, a menina já usou gesso por sete semanas e agora utiliza uma tala ortopédica. Na consulta realizada no dia 31 de março, no Hospital Sadalla Amin Ghanem, foi solicitada uma bateria de exames para Nicolle, incluindo avaliação pediátrica, hemograma, anestesista e cardiologista. Segundo o pai da garota, graças à ajuda de muitas pessoas, a maior parte desses exames foi realizada gratuitamente.
– Ela tem cinco anos e nunca se consultou com um cardiologista. Tentei conseguir a consulta pelo SUS, mas foi impossível. Entrei em contato com o Hospital Infantil e fui informado de que a fila de espera chegava a 600 pessoas. Tive sorte de conseguir a consulta neste mês (realizada em 10 de abril) por meio de um convênio do trabalho com o Sindicato dos Hoteleiros, pagando um pouco mais barato – diz Ronaldo.
.:Conheça a história de Nicolle contada por “AN” em 27 de março:.
Cirurgia está marcada para o dia 12 de maio
Duas semanas depois de fazerem o apelo pelo “AN”, os pais de Nicolle souberam que parte da cirurgia ocular será gratuita.
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– A médica nos disse que acertaria os detalhes com o anestesista para realizar a cirurgia em até um mês. E nos falou que a parte dela será gratuita, o que nos ajuda muito – conta Ronaldo.
Há oito dias, a família recebeu a confirmação do Hospital Sadalla Amin Ghanem de que a cirurgia está marcada para 12 de maio. A análise feita na consulta de cortesia constatou que no momento há 99% de chances de Nicolle passar por duas cirurgias de plástica ocular.
A primeira será na parte inferior dos olhos, com o preenchimento de cartilagem retirada da orelha. Na segunda etapa, serão operadas as pálpebras da criança, que não fecham por causa da síndrome.
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Para fazer o acompanhamento em casa, a família vai guardar metade do valor previsto para a cirurgia, cerca de R$ 6 mil. Os pais contam que desde o dia da publicação da reportagem têm recebido ligações de empresas e de pessoas dispostas a ajudar. As manifestações de apoio vêm de cidades como Florianópolis, Criciúma, São Paulo e Rio de Janeiro.
– O dinheiro que vamos economizar com as despesas de hospital queremos utilizar para o tratamento posterior e para a compra de remédios, colírios e pomadas – afirma Valdirene.
Como ajudar
Se você quer ajudar Nicolle Vitória, pode entrar em contato pelos telefones (47) 3466-1093 e 9757-3705 ou e-mail ronaldo_fave@yahoo.com.br. Também é possível depositar qualquer quantia em dinheiro na conta aberta por Ronaldo Ferreira da Silva no banco Bradesco, agência 3018-0, conta 0007112-9.
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* Esta matéria foi escrita por Rodrigo Guilherme Pereira e faz parte dos estudos de estágio em “AN”, onde atua desde julho de 2014. Rodrigo cursa a 7ª fase de jornalismo do Bom Jesus Ielusc.