Em Rio do Sul, o momento é de planejamento do retorno para casa e, se tudo ocorrer dentro do esperado, a quarta-feira é o dia de um exército equipado com luvas de borracha e botas iniciar o trabalho de limpeza, algo que está programado para durar até o fim de semana.

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Depois vem a parte mais demorada, a reconstrução da cidade que sequer sabe o tamanho do estrago porque a maioria das pontes e estradas permanece submersas. Os primeiros sinais de que o temor em ter a casa invadida pela água está sendo substituído pelos esforços de retomada apareceram na tarde desta segunda.

As pessoas que moram em áreas onde o rio Itajaí-Açu alcançou o limite iniciaram os trabalhos de limpeza. Estavam animadas com o sol, uma visão que não tinham desde a semana passada. Mas Dornélio Souza não esperou para começar a colocar as coisas em ordem. Dono de um ferro-velho no bairro Canoas, um dos mais atingidos da cidade, armou-se de um barco para recolher materiais que boiavam.

Ele argumenta que tudo que boia vai embora. Dornélio afirma que obedece aos alertas da Defesa Civil e saiu cedo de casa, mas o ferro-velho não havia como tirar. Reclama bastante das autoridades e lembra que, a cada eleição, as promessas para resolver o problema se multiplicam, mas que o povo continua sofrendo com as enchentes.

Porém, esses exemplos são minoria e há muito por fazer. O coordenador regional da Defesa Civil do Alto Vale, James Rides da Silva, declarou que no melhor dos cenários a maior parte da população termina de deixar os 20 abrigos em funcionamento para voltar para as casas somente no fim de semana. Ele contou que nesta terça-feira serão distribuídas cestas básicas e água potável enviados pelo governo de Santa Catarina.

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Se o tempo continuar colaborando, na quarta chegam às mãos da população o material para a limpeza que promete ser pesada. Silva alerta que os moradores usem botas e luvas na limpeza e cuidem com animais peçonhentos que possam ter se abrigado nos imóveis durante a enchente. Conforme o nível do rio Itajaí-Açu for baixando, a Defesa Civil permitirá que as pessoas deixem os abrigos.

Vida vai recomeçar aos poucos

A Defesa Civil acredita que nesta terça-feira o ritmo de escoamento de água aumente e o rio passe a diminuir de volume mais rapidamente. Quando estiver em 9,3 metros acima do nível, o que deve ocorrer na quarta, os acessos da cidade e as ligações com municípios vizinhos comecem a ser liberados.

O coordenador da Defesa Civil de Rio do Sul, André Wormsbecher, declarou que só então será possível mensurar o tamanho dos estragos. A reconstrução da infraestrutura ficará para a semana que vem. Também haverá trabalho para restabelecer o fornecimento de água de 6 mil casas de Rio do Sul, Lontras e Ibirama. A tubulação que passa pela Avenida Oscar Barcelos rompeu e está embaixo de um metro de água, contou Pedro Furlan, chefe da Agência de Abastecimento Integrado da Casan.

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