A demissão de Milton Cruz do comando do Figueirense ganhou um capítulo à parte nesta segunda-feira. O treinador relatou que o presidente Claudio Vernalha foi ameaçado por torcedores após a derrota por 2 a 1 para o CSA, no sábado, e isso foi um elemento a mais para a decisão da diretoria do Alvinegro. O comandante disse não ter recebido ameaça, mas depois do jogo no Orlando Scarpelli foi xingado durante a coletiva de imprensa.

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– Depois do jogo eu tive uma decepção grande. Eu dando a coletiva e pessoas que deveriam estar na arquibancada estavam no lugar que era reservado para jogadores e familiares. Duas pessoas me xingaram e poderia ter acontecido uma agressão comigo ou com alguém da imprensa. O Claudio foi pressionado pelos torcedores, ameaçado. Eu não recebi ameaça – disse o treinador à rádio CBN Diário.

Milton explicou que a ameaça ao dirigente foi determinante para a decisão anunciada em entrevista coletiva no Orlando Scarpelli.

– Houve ameaça. Conversei com o Claudio, e ele me disse isso, que iam me encher de porrada. Pressionando para que ele me tirasse. É melhor eu ir para casa, pois tenho esposa, filhos e netos. Foi uma decisão da diretoria. Não foi decisão minha. Passei por muitos momentos. Nunca vi ninguém matar ninguém por futebol. Fico triste. Em outros lugares jamais vi isso – destacou Milton.

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“Jamais abandonaria o barco”

O ex-comandante se surpreendeu com a demissão e reforçou jamais ter pedido demissão do Figueirense. Há pouco mais de um ano à frente do time, Milton Cruz foi campeão catarinense de 2018 e disse que não passou pela cabeça abandonar a equipe que está a quatro pontos do G-4 da Série B.

– Fui surpreendido. Gostaria de agradecer a todos pelos elogios e críticas. Aprendi muito com a imprensa. Estou indo embora chateado. Não foi minha essa decisão. Ontem saiu uma informação que eu pedi para sair. Jamais abandonaria o barco e os jogadores que eu trouxe. Infelizmente, dentro de casa não conseguimos os resultados, mesmo tendo a melhor campanha como visitante – afirmou o técnico.

Convidado para assumir o cargo de manager e seguir no Figueirense em nova função, Milton Cruz agradeceu ao presidente Vernalha e disse que vai prosseguir com a carreira de técnico.

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– Fiz os cursos da CBF e tenho experiência. Montei uma equipe com Ivan (Izzo, auxiliar) e o José Mário (Campeiz, preparador físico). Não posso aceitar o convite com manager. Tenho mercado e acho que não é o momento de mudar. Gostaria de ajudar como treinador nos próximos 12 jogos. Eu acredito que poderíamos chegar. Vou seguir a carreira como treinador – completou Milton Cruz.

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