O delegado responsável pela Divisão de Homicídios, Paulo Reis, deve receber ainda nesta semana o laudo toxicológico dos quatro homens encontrados mortos em um terreno baldio no bairro Jardim Paraíso, na zona Norte de Joinville.

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“A Notícia” teve acesso à informação de que os laudos toxicológico e cadavérico ficaram prontos na segunda-feira. Os documentos seriam inconclusivos, ou seja, não teriam apontado a substância que causou a morte de Orosnildo Fagundes de Oliveira, 60 anos; João Maria Alves dos Santos, 66 anos; Gilmar Luiz Nascimento, 52 anos; e Jairo Nascimento, 53 anos.

Também foram coletadas amostras de pelo menos dez garrafas encontradas junto com as vítimas. Mas o resultado dessa análise ainda não ficou pronto. Paulo não descarta a hipótese de que algum dos amigos tenha comprado ou ganhado uma garrafa com bebida adulterada.

A possibilidade de que tenha ocorrido uma reação química desencadeada pela mistura de muitos tipos de bebidas também é considerada pela investigação.

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Após receber os laudos, o delegado vai analisá-los e compará-los com o que as testemunhas falaram em depoimento.

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Os quatro amigos tinham o costume de se reunir para beber no local. De acordo com o delegado, no dia em que foram encontrados agonizando no terreno após ingerir álcool, havia mais três pessoas com eles.

Um homem que esteve com os quatro antes deles morrerem relatou à polícia que eles já estavam bebendo no terreno a um tempo quando os irmãos Gilmar e Jairo chegaram com mais uma garrafa de bebida.

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Aparentemente, seria uma garrafa convencional, mas não há certeza se ela teria sido misturada com outro produto. Pessoas chegaram a relatar à Polícia que os amigos teriam comprado álcool em um posto de combustíveis.

Hipótese

A razão pela qual o exame toxicológico ficou inclusivo ainda é desconhecida. No entanto, o professor de química da Universidade Federal de Santa Catarina, Antonio Luiz Braga, esclarece uma possível hipótese para o fato. Alguns casos de intoxicação por cachaça ocorrem em função da substância metanol, muito parecida com o etanol.

De acordo com o professor, a contaminação acontece em indústrias clandestinas. Ao invés de produzir a cachaça diretamente da cana de açúcar, o produtor acaba produzindo uma bebida de baixa qualidade com produtos contaminados.

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Por ser uma substância muito volátil, ou seja, que evapora com facilidade, a identificação dela no corpo humano é mais difícil.

Neste caso, o líquido coletado das garrafas permitirá detectar com mais facilidade se havia a substância tóxica na bebida ingerida pelas vítimas.

Confira imagens do local onde os homens foram encontrados: