Várias contradições e a confirmação de um depósito de R$ 2 mil na conta da mulher acusada de intermediar a venda de um bebê em Camboriú serão provas decisivas na conclusão do inquérito do delegado Osnei Valdir de Oliveira, da Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Balneário Camboriú.

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Após ouvir o depoimento do casal acusado de comprar e levar o bebê para Palmas, no Paraná, e confrontar com a história contada pela intermediadora que levou a mãe da criança para Matinhos, no litoral daquele Estado, Oliveira não tem mais dúvidas que o crime configura uma adoção ilegal, mais conhecida como adoção à brasileira, em que a mãe é acusada de vender o bebê.

Polícia resgata bebê que vivia ilegalmente com casal no Paraná:

O casal estava com a menina há três meses e a negociação com a mãe começou há aproximadamente nove meses, durante a gestação. Ainda adolescente durante a gravidez do segundo filho, a mãe contou em entrevista do DC, que pensava em abortar quando foi assediada por uma conhecida na região de Monte Alegre em Camboriú. Apesar da jovem não confirmar que recebeu dinheiro pela entrega da criança, em depoimento à polícia o casal confirmou o pagamento de R$ 2 mil reais no final da gravidez.

O delegado acredita que o dinheiro seria a finalização dos pagamentos que em média totalizou um salário mínimo por mês.

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– Eles apresentaram uma versão combinada, mas que não se sustenta. Ela disse que o dinheiro seria para a cesariana, mas a menina nasceu de parto normal – observa.

O delegado deve ainda pedir a quebra do sigilo bancário da avó da criança que teria recebido dinheiro pela criança. A mulher acusada de intermediar a transação disse em seu depoimento, que ao saber da vontade da mãe em abortar a criança quis entregá-la ao irmão em Palmas. A jovem foi levada para Matinhos, para dar à luz em uma maternidade e a criança foi registrada no nome do falso pai.

– Ele alega que manteve um relacionamento com a jovem, mas não soube responder nem onde fica a casa dela. Ele mal conhece ela – conclui o delegado.

A mãe biológica, o casal adotivo e a mulher que intermediou a negociação, serão indiciados pela venda do bebê, registro do filho de outro e por falsidade ideológica. O delegado pretende concluir o inquérito antes do prazo de 30 dias e todos os envolvidos deverão responder em liberdade.

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>>> Assista ao vídeo com a reportagem completa: