O delegado Daniel Dias, de Guaramirim, deve anexar uma gravação ao inquérito concluído esta semana que pede o arquivamento do suposto caso de maus-tratos, ocorrido numa creche da cidade.
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No CD, deixado pelo pai na terça-feira, a mãe das crianças fala com funcionárias da instituição sobre uma denúncia anônima que recebeu, afirmando que o filho de três anos teria sido trancado no banheiro de castigo por duas professoras porque não queria dormir após o almoço.
A denúncia foi feita em maio e as educadoras foram exoneradas pela Secretaria de Educação. Dias ouviu a gravação e disse que não é possível ouvir todo o diálogo com nitidez.
De acordo com ele, uma das frases ouvidas com clareza é uma em que a diretora afirma que, ao chegar no local, viu o menino dentro do banheiro com a porta entreaberta. Segundo ele, no áudio, também é possível ouvir uma das professoras confirmando que a criança foi deixada no banheiro enquanto elas atendiam as outras.
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– Mas esse detalhe, se a porta estava aberta ou trancada, ela não fala -, diz o delegado.
Durante a fase de depoimentos na delegacia, as funcionárias da creche disseram que o menino teria sido colocado por cerca de dois minutos uma antessala onde são lavadas as mãos das crianças, e não no banheiro.
Mas, segundo ele, o fato de a criança ter ficado no banheiro ou na antessala não é suficiente para configurar crime de maus-tratos e indiciar as professoras.
– O meu entendimento é de que houve um erro de procedimento pedagógico, mas não maus-tratos -, afirma.
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De acordo com Dias, não é possível afirmar se a gravação será aceita pelo Ministério Público como prova de acusação contra as professoras.