Uma denúncia de maus-tratos contra um menino de três anos em uma creche municipal de Guaramirim causou a exoneração de duas professoras da instituição pela Secretaria de Educação, nesta terça-feira.
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Os pais da criança afirmam que o filho teria sido trancado no banheiro duas vezes pelas educadoras, como um castigo por ele não querer dormir após o almoço, atividade que é feita com todas as crianças. O casal registrou boletim de ocorrência e denunciou o caso à Secretaria Municipal de Educação e ao Conselho Tutelar.
Na segunda-feira à noite, a avó do menino recebeu uma ligação anônima afirmando que o neto havia sido humilhado pelas professoras. A avó contou sobre o telefonema para a mãe da criança no dia seguinte, depois que ela deixou o filho na creche.
– A pessoa disse no telefone que ele ficava chorando no banheiro por uns quatro minutos até abrirem a porta – conta a mãe.
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Ao procurar a direção da creche, a diretora teria confirmado que o menino foi castigado.
– Ela falou que sabia que tinha acontecido uma vez, há uns 15 dias. Disse que chamou a atenção das professoras, mas que não comunicou à Secretaria de Educação porque não queria que o caso se tornasse público – afirma.
A mulher disse que, nas últimas duas semanas, o menino começou a ter medo de dormir e de ir ao banheiro sozinho e estranhou a mudança de comportamento. Ela acredita que o filho está traumatizado com as supostas humilhações e disse que não vai levá-lo ao CEI nesta semana.
– Não pretendo tirá-lo da creche porque não quero estragar o círculo de amizade dele, mas primeiro quero ter certeza de que as professoras serão punidas pelo que fizeram.
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– Ouvimos as partes envolvidas, os pais, as professoras e a diretora e chegamos a uma conclusão: as duas professoras fizeram o contrário do que pregamos, que é o bem-estar da criança. Por isso elas foram exoneradas – disse a secretária de Educação, Marlei Zacaro.
Denúncia será investigada
O delegado Daniel Dias informou que será instaurado um procedimento investigativo para saber se a criança foi vítima de maus-tratos. Para isso, devem ser ouvidos os pais do menino, as professoras e a diretora do CEI, entre outras pessoas.
Caso seja constatado algum indício de crime, será aberto um inquérito policial para identificar os responsáveis e por qual crime devem responder. A diretora do CEI não quis se posicionar. A reportagem não teve acesso à identidade das professoras. O Conselho Tutelar diz que não pode falar sobre o caso.
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