Em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta terça-feira, Leandro Alfredo da Rosa, advogado, deu início à defesa do delegado Danilo Bandeira, que efetuou o disparo que causou a morte de Douglas Milanez da Rocha, de 22 anos, em Forquilhinha na última sexta-feira. Ao lado de Cristiano Rech e Janaína Alfredo da Rosa, também responsáveis pela defesa do delegado, Rosa apontou que o ocorrido foi uma fatalidade e que Bandeira, que deve prestar depoimento nos próximos dias, está em estado de choque.

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– O delegado Danilo não se sente em condições de falar neste momento. Ele se sente extremamente abalado com o fato. Trata-se de um delegado competente, atuante e que se dedicou diuturnamente à cidade de Forquilhinha, em favor da comunidade. Ele tem um bebê de dois meses em casa, tem família e viu toda essa movimentação da comunidade de Forquilhinha pelo falecimento do jovem. O delegado Danilo está extremamente abalado pelo caso, ele sente muito pela família, sente muito pelo episódio.

Questionado quanto à versão dos fatos dada por Bandeira, o advogado preferiu se resguardar por ainda não ter recebido uma cópia do inquérito, que está sendo investigado pelo delegado Adauto de Souza e deve ser concluído dentro de 30 dias. O Ministério Público, representado pelo promotor Gabriel Ricardo Zanon Meyer, também irá acompanhar o caso.

– Eu não chamo de versão, eu chamo de realidade dos fatos, que está sendo transmitida ao inquérito, o que por ética profissional não transmitirei pois ainda não tive sequer cópia do inquérito. Esses depoimentos estão sendo coletados ao longo da semana, então não tenho como passar pois ainda não tive acesso ao processo – declarou ele.

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Na defesa apenas do delegado Danilo Bandeira, os advogados não se manifestaram a respeito dos outros dois agentes da Polícia Civil envolvidos no caso. O DC falou com Carlos Edmar Macedo, advogado da família de Douglas.

O caso

O eletricista Douglas Milanez da Rocha, de 22 anos, levou um tiro em uma ação policial ao fim da tarde de sexta-feira, em Forquilhinha, por não obedecer à ordem de parada dos policiais que estavam com viatura descaracterizada. O jovem morreu duas horas depois, no hospital.

O delegado regional de Criciúma, Jorge Koch, informou que os policiais viram o motociclista empinando a moto no Bairro Saturno e que o delegado Danilo, que estava como caroneiro da viatura, pediu para os policiais acompanharem a moto. Afastados da delegacia de Forquilhinha, os envolvidos na morte de Douglas foram removidos para atuar em Criciúma.

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Na manhã de segunda-feira, cerca de 100 pessoas protestaram com cartazes nas ruas da cidade pela morte do rapaz. Os manifestantes foram em frente à prefeitura e seguiram até à delegacia de polícia com gritos de indignação pela atitude dos policiais e do delegado envolvidos na morte.