A família do eletricista Douglas Milanez da Rocha, 22 anos, morto em abordagem policial na sexta-feira, em Forquilhinha, Sul do Estado, defende o afastamento da Polícia Civil dos três policiais envolvidos no caso.
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Por enquanto, a medida administrativa da polícia foi a de remover de Forquilhinha os três policiais – um delegado, um agente e um escrivão – para uma delegacia de Criciúma, onde continuarão trabalhando. Também é de Criciúma o delegado designado para investigar a morte em Forquilhinha.
Douglas levou um tiro por não obedecer a ordem de parada dos policiais que estavam com viatura descaracterizada e morreu, na noite de sexta-feira.
Nesta terça-feira, familiares de Douglas se mobilizaram e com a ajuda do ex-patrão do jovem contrataram o advogado Carlos Edmar Macedo para acompanhar a investigação policial. O advogado conversou com o DC (confira a entrevista abaixo).
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O DC tentou ouvir o delegado-geral Aldo Pinheiro D’Ávila, mas ele afirmou por meio da assessoria de imprensa que irá se pronunciar quando tiver resultado preliminar do inquérito policial, o que ainda não aconteceu.
De acordo com a Polícia Civil, a ação dos policiais também será investigada em sindicância interna. Os três envolvidos na abordagem relataram ao delegado regional de Criciúma, Jorge Koch, que Douglas empinava uma moto e que não obedeceu a ordem de parada.
ENTREVISTA: Carlos Edmar Macedo, advogado da família de Douglas:
Diário Catarinense – O que a família vai buscar?
Carlos Edmar Macedo – Que o delegado responda. Ele assumiu risco de produzir o evento. Estava à paisana, com viatura descaracterizada. O rapaz não reagiu, apenas fugiu e foi alvejado.
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DC – Há informação que ao cair ele também teria sido atropelado pela viatura. Procede isso?
Carlos – Testemunhas afirmam que viram a vítima caída ser atingida pelo veículo, mas ainda não tivemos acesso ao laudo.
DC – Como a família vê o fato de os policiais terem sido removidos para trabalhar em Criciúma e não afastados das funções policiais?
Carlos – A família gostaria que eles fossem afastados das funções até para evitar comprometimento das provas. Se espera que o inquérito se desenrole da melhor forma possível e com isenção.
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DC – Onde o Douglas iria quando foi abordado?
Carlos – Estava indo na casa de um amigo na própria comunidade onde ele morava. É um rapaz que não tinha antecedente criminal, não tinha passagem pela polícia, não usava droga, trabalhava como eletricista e ajudava a família.