A comissão processante que investiga denúncias contra o vereador Maycon Cesar (PPS) ouviu, na manhã de ontem, a defesa do parlamentar na Câmara de Vereadores de Joinville.

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O documento de defesa, com 186 páginas, traz nos seus anexos uma série de fotocópias de documentos, listas e notas fiscais que teriam sido a base da acusação protocolada na Justiça Eleitoral, sob a denúncia de compra de votos.

Entre as evidências, a análise do perito contratado por Maycon mostra uma série de divergências na caligrafia e nas datas, dando sustentação à defesa do parlamentar de que as provas teriam sido forjadas.

O vereador cita casos semelhantes na história da Câmara de Vereadores de Joinville em que, pela fragilidade das denúncias ou das evidências, não houve prosseguimento na investigação. O presidente da comissão processante, vereador Cláudio Aragão (PMDB), marcou nova reunião para a próxima terça-feira, dia 23, às 10 horas. Se, mesmo com a audição das testemunhas, a comissão decidir levar a denúncia ao plenário, Maycon Cesar pode ter seu mandato cassado.

Ontem, Maycon teve 30 minutos para apresentar os argumentos da sua defesa jurídica, mas preferiu deixar a fala com o seu advogado e procurador, Leonardo Augusto Beckhauser.

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Na ocasião, foi oficializada a entrega do documento de defesa escrita deixado com a comissão processante na última segunda-feira. Agora, vencida as etapas legais, caberá à comissão processante analisar os relatórios e decidir pelo arquivamento ou pela continuidade da investigação.

Entre as estratégias da defesa, Beckhauser argumenta que o fato que gerou a condenação de Maycon Cesar em primeira instância por suposta compra de votos nas eleições de 2012 ocorreu antes de ele se tornar vereador. Por esse motivo, ele não pode ter o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar, diz o advogado.

Maycon Cesar pede também o arquivamento da representação que gerou a abertura da comissão processante e indica as testemunhas que devem ser ouvidas caso se decida pelo aprofundamento da investigação.

Se não for arquivada a representação, Maycon Cesar pede que a denunciante Angelita Detofol Duarte Tives compareça a uma das reuniões da comissão processante da Câmara. O objetivo seria que ela ratificasse as suas declarações, feitas na representação que ocasionou a abertura do processo. O parlamentar solicita ainda na defesa escrita que sejam ouvidas as testemunhas indicadas por ele.

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