Os reflexos da forte chuva que atingiu a região Norte de Santa Catarina no último fim de semana ainda são sentidos em boa parte das cidades. Mafra é uma das mais prejudicadas pela enchente. Cerca de 1,2 mil moradores continuam desalojados ou desabrigados e a expectativa é de que essa situação perdure por mais alguns dias.
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Isso porque o nível do Rio Negro, que corta o município, ainda não baixou. Para piorar a situação, a Defesa Civil estadual prevê chuva forte para sexta-feira e sábado e a possibilidade de novas inundações e deslizamentos.
Nesta quarta, o prefeito de Mafra, Roberto Scholze, informou que os bairros Vila Argentina e Vila Solidariedade são os mais afetados pela enchente. Treze abrigos foram montados em salões de igrejas e escolas para abrigar as pessoas que ficaram sem condições de retornar para casa. No Centro de Educação Municipal de Mafra (Cema) foi improvisada uma cozinha para abastecer os abrigos provisórios.
Vizinha a Mafra, o município de Rio Negro (PR) decretou estado de calamidade pública nesta quarta. Segundo a Defesa Civil do município, metade da área central está inundada e 1.056 famílias já deixaram as suas casas. Para facilitar a passagem de pedestres, sacos de areia foram colocados pelo Exército na cabeceira da ponte Rodrigo Ajace, que faz a ligação com Mafra.
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Às 14 horas desta quarta-feira, o nível do Rio Negro atingiu os 13 metros e 58 centímetros, ou seja, cerca de 12 metros acima do nível normal, informou Nelson Furtado, coordenador da Defesa Civil de Rio Negro.
Na avaliação do gerente de operações e assistência da Defesa Civil estadual, Alexandre Sampaio, a situação no Planalto Norte é crítica, pois os níveis dos rios insistem em não baixar. Segundo ele, dos 42 municípios de Santa Catarina afetados pelas chuvas, 36 já decretaram situação de emergência ou calamidade pública, 11 deles no Planalto Norte.
Sampaio aponta para a necessidade de realocação das pessoas residentes em áreas de risco. O órgão está enviando também kits de ajuda às regiões mais atingidas pelas chuvas. No Vale do Itapocu, o cenário é de reconstrução. Um dos maiores problemas é a limpeza de reforma das escolas e prédios públicos atingidos pela chuva.
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Pelo menos 3,8 mil crianças e jovens de Jaraguá do Sul estão impossibilitados de retornarem às salas de aula até a próxima segunda-feira. A solução encontrada tem sido realizar mutirões para acelerar a recuperação das escolas do município.