A decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de contestar a tese de que os executivos envolvidos nas suspeitas de corrupção da Petrobras teriam sido “forçados” a pagar propina repercutiu entre advogados de defesa de empresários presos na sede da Polícia Federal, em Curitiba.

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Em viagem à Argentina, Janot declarou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que “é muito difícil acreditar que atividades empresariais dessa estatura possam ter sido alvo de concussão” – quando um funcionário público usa sua posição para obter vantagem indevida.

– Ninguém é obrigado a ganhar dinheiro e a lucrar com uma atividade ilícita. É uma tese que nós contestaremos juridicamente – afirmou.

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Representante de Erton Medeiros Fonseca, vice-presidente da Galvão Engenharia, Pedro Henrique Xavier classificou a medida como “um equívoco” ao conversar com jornalistas na tarde desta sexta-feira, depois de visitar o cliente na prisão.

– Ao procurador da República não compete rejeitar ou aceitar. Isso quem faz é o juiz – afirmou.

Xavier disse ainda que a defesa manterá a argumentação.

– O que se alega e vai se comprovar ao longo desses depoimentos todos é que houve uma extorsão por parte de terceiros e uma concussão por parte de agentes públicos condicionando a efetivação do contrato já celebrado ao pagamento desses valores. Os contratos haviam sido obtidos de maneira absolutamente lícita, no entanto a empresa não conseguiria executá-los sem consentir nessas exigências – destacou.

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Já Marcelo Leonardo, advogado de Sérgio Costa Mendes, da Mendes Júnior, disse que Janot tem o “direito de contestar”, mas que caberá ao juiz tomar a decisão final.

– O processo existe a partir do contraditório. As posições opostas se manifestam para a decisão do Poder Judiciário. Isso é absolutamente natural. O papel dele (do procurador) é esse mesmo – destacou Leonardo.

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