A defesa do vice-presidente da empresa Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, um dos executivos presos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), encaminhou uma proposta de liberdade provisória à Justiça Federal em troca do cumprimento de uma série de compromissos – entre eles o de “nunca mais fazer doação para campanhas” e o de ficar em casa “no período noturno e nos dias de folga”.
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Ele também assegurou a entrega de “todos os livros e documentos contábeis solicitados”, prometeu não manter contato com os demais investigados e “não participar, pessoalmente ou através da empresa Mendes Júnior, de qualquer espécie de cartel para direcionamento de licitações públicas”.
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Assinado pelo advogado Marcelo Leonardo, o documento está sendo avaliado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações.
Sobre as doações, o texto diz o seguinte: “… ao contrário de outras empreiteiras cujos dirigentes já estão em liberdade, a Mendes Júnior não fez nenhuma doação a partidos políticos para a campanha eleitoral nacional de 2014 e não tem nenhuma dificuldade para assinar, por intermédio do requerente Sérgio Cunha Mendes, TAC (termo de ajustamento de conduta ou compromisso) no sentido de nunca mais fazer doação para campanhas de partidos políticos”.
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Ao sustentar a troca da prisão preventiva por medidas cautelares alternativas, Leonardo argumenta que seu cliente fez o possível para colaborar com os agentes, não deixou nenhuma pergunta sem resposta e ainda confirmou o pagamento de propina ao doleiro Alberto Youssef e ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O advogado também destaca que Mendes forneceu a senha do cofre de sua casa aos policiais federais, no dia em que os mandados foram cumpridos.
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O empresário está preso na Superintendência da PF em Curitiba desde a última sexta-feira. Ao prestar depoimento na terça-feira, segundo Marcelo Leonardo, ele disse ter sido obrigado a pagar propina de R$ 8 milhões a Youssef , depois de ter sofrido “extorsão” do doleiro e de Paulo Roberto Costa.
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