Uma combinação perfeita de literatura, teatro e dança arrancou aplausos do público, que lotou o Centreventos Cau Hansen para assistir a Companhia Deborah Colker, na abertura do 29º Festival de Dança de Joinville.
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Pela terceira vez no palco do Festival, a companhia mostrou o amadurecimento, o amor e a perda com base no texto do escritor russo Aleksandr Púchkin, “Evguêni Oniéguin”.
O espetáculo “Tatyana” trouxe um desenrolar da história cheia de reviravoltas e com personagens marcantes. Para falar sobre a vida de Oniéguin, um jovem de família rica que abandona a cidade para viver no campo, Deborah usou movimentos precisos e conseguiu o resultado que buscava: a união dos cinco sentidos ao extremo.
Os momentos dos personagens e da própria trama foram marcados pelas rupturas e mudanças no som. No primeiro ato, o cenário bucólico do campo foi representado por uma grande árvore de 6,5 metros de altura, que serviu de base para a entrada e saída dos bailarinos e para seus passos. A grande sacada de Deborah foi colocar o próprio Púchkin no palco para interferir e se relacionar com os personagens, assim como o autor fez em sua obra. E esse papel foi desempenhado pela coreógrafa.
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O segundo ato fala das rupturas, dos desencontros e da vida na cidade, depois de uma morte ao fim da primeira parte. Para demonstrar tudo isso, imagens projetadas interagem com os bailarinos e películas cobrem o palco e funcionam como véus.
Ao final, é possível perceber não só o amadurecimento dos personagens de Púchkin, como da própria coreografia, que consegue transpor com facilidade as fases do amor, conflito, morte e decepção de personagens que marcaram a literatura russa.