Deap anuncia medidas para a Penitenciária de São Pedro de Alcântara

Pelo menos quatro medidas de impacto foram anunciadas nesta quinta-feira em Florianópolis pelo Departamento de Administração Prisional (Deap) para a Penitenciária de São Pedro de Alcântara, onde ficam os presos mais perigosos de Santa Catarina e quartel-general da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC).

São elas: troca do diretor, contratação de 64 agentes temporários, construção de módulo para novos procedimentos de revista de familiares e central de videomonitoramento da cadeia.

O diretor do Deap, Leandro Lima, não quis associar nenhuma delas como resposta ao que supostamente presos teriam exigido para não voltar a ordenar atentados no Estado.

Ele dedicou boa parte da entrevista coletiva dada ontem para falar sobre os procedimentos de revistas íntimas de familiares, tema que seria a principal insatisfação dos detentos em razão de denúncias de toques em partes íntimas e maus tratos. Ele afirmou que em no máximo seis meses será aberto um espaço na penitenciária para a revista da visita dos presos, com recursos tecnológicos e não de forma tão íntima.

O prisão ainda passará a ser comandada pelo agente penitenciário Edemir Alexandre Camargo Neto, atual diretor da Complexo Penitenciário de Itajaí. Ele entra no lugar do agente Renato Fernandes Silva, que estava no cargo desde novembro do ano passado. Renato substituiu o ex-diretor Carlos Alves em meio à primeira onda de atentados no Estado.

A mudança é a terceira promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania na penitenciária desde segunda-feira, quando dois gerentes (laboral e operacional) foram exonerados por ineficiência e incapacidade técnica – essas exonerações haviam sido sugeridas pelo Ministério Público e a Justiça.

O Deap também vai se mudar para uma nova sede em Palhoça, onde funcionará a central de videomonitoramento. De lá, a direção poderá cuidar de 500 câmeras (o acompanhamento será gradativo) espalhadas nas prisões do Estado, sendo 59 delas em São Pedro de Alcântara. A secretária da Justiça e Cidadania, Ada de Lucca, não participou da entrevista, mas estava no prédio.