A história de Cassilene Abranches com a dança começou cedo, aos três anos de idade. As primeiras aulas, no jardim de infância onde a mãe lecionava, atraíram-na para a carreira que iniciaria ainda criança. Natural de São Paulo (SP), a menina estudou na Escola Municipal de Bailado e, aos 14 anos, ingressou na Raça Cia. de Dança. Sua formação artística, segundo ela, vem de lá.

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Já adulta, integrou o Balé do Teatro Castro Alves, em Salvador (BA), e fez parte do Balé Teatro Guaíra, em Curitiba (PR). Com o Grupo Corpo, que chama de “minha casa” e onde esteve nos últimos 12 anos, encerrou a última turnê em maio de 2013. Cassilene agora é Cassi, e, aos 38 anos, aposta na carreira de coreógrafa. Em Joinville para a pré-estreia de Ariana, ela foi entrevistada pelo Anexo.

Anexo – Além de Ariana, em quais trabalhos você está envolvida?

Cassi – Eu coreografei, entre final de julho e agosto, um trecho do filme Rio, eu te amo – uma franquia de Cities of Love, que já produziu Paris, je t’aime e New York, I love you. Rodrigo Santoro e Bruna Linzmeyer estrelam a primeira parte do projeto, com direção de Carlos Saldanha. É uma história de amor entre dois bailarinos ambientada no Teatro Municipal. Os atores interpretam o casal, e eu danço com o Diogo de Lima nas cenas. É como se fôssemos dublês dos dois (risos). Meu próximo projeto concreto será para a São Paulo Cia. de Dança, da Inês Bogéa.

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Anexo – Como foi o processo de ruptura entre deixar de ser bailarina e passar a montar coreografias?

Cassi – Como bailarina, sempre gostei do momento de criação. Claro que estar no palco é maravilhoso, mas, depois que a cena nasce, é repetição. Eu sou muito curiosa, então isso colaborou. Em 2009, o Ballet Jovem Palácio das Artes, de Belo Horizonte, me convidou para fazer um experimento como coreógrafa. Foi o maior barato, deu tudo certo! Esse espetáculo me projetou como aspirante a talento (risos). Depois disso, os amigos começaram a pedir para eu criar. Chegou uma hora que entendi que precisava me arriscar. Para crescer, precisaria me desvincular do Grupo Corpo, apesar de ter total apoio da direção para fazer os trabalhos paralelamente. Não significa que eu não possa dançar em outros projetos, como no filme. Mas agora sou coreógrafa.

Anexo – Quais os principais desafios e dificuldades da profissão?

Cassi – No Corpo, vivi muitos anos dentro de uma estrutura muito sólida. Por isso, esbarrei poucas vezes em dificuldades. Acredito que, enquanto bailarina, o grande desafio é chegar a um lugar que te dê esse respaldo, que te deixe nesse patamar. Portanto, falo com todo orgulho que bem sucedi. Já como coreógrafa, estou por conta própria. O desafio, aqui, é conseguir grana, incentivos para desenvolver ideias próprias sem convite de grandes parceiros.

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