Com a indecisão saindo de cena e a volta à Câmara dos Deputados de dois parlamentares favoráveis ao processo, o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) terá votos “sim” de 14 dos 16 deputados federais catarinenses. Comparado ao levantamento do DC de dezembro de 2015, cinco nomes mantiveram as posições – três a favor e dois contra o impedimento. Os fiéis da balança foram aqueles que não tinham opinião fechada sobre o assunto, além de Cesar Souza e João Paulo Kleinübing (ambos do PSD), que retornaram ao Congresso dispostos a engrossar o coro contra a petista.

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Oposição e governo afirmam ter votos suficientes para domingo

Embora oficialmente os indecisos fossem maioria há quatro meses, em pouco tempo os bastidores da política estadual e nacional deixaram claro o movimento dos catarinenses para o apoio ao impeachment. O próprio perfil de SC – que nunca elegeu um governador petista e em 2014 impôs a Dilma a maior derrota proporcional do país – reforçava a tendência da bancada.

– O que embasa o voto é o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que foi muito preciso em apontar os indícios do crime de responsabilidade. E embasa também o posicionamento da sociedade catarinense, que foi às ruas se manifestar. Não podemos ficar surdos a essa manifestação e, por isso, voto pelo meu eleitor, que confiou em mim e quer mudança – afirma Kleinübing.

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Confira o posicionamento dos deputados catarinenses em dezembro de 2015

Nas ruas, em menor ou maior grau o impeachment está presente no dia a dia das cidades do Estado. Um boneco gigante do ex-presidente Lula com roupas de presidiário, o Pixuleco, instalado em abril em uma das pontes de Blumenau, tornou-se um dos principais símbolos do apoio ao impedimento em Santa Catarina. Se contar o público presente estimado pela Polícia Militar nas manifestações pela saída da presidente, a maior delas em favor do processo reuniu quase 330 mil pessoas em março, enquanto o maior ato a favor de Dilma não contou com mais de 20 mil pessoas por todo o Estado.

Apesar da onda desfavorável ao governo, aliados fiéis da presidente continuam confiantes e articulando os votos até o último minuto possível no domingo para conquistar uma vitória no plenário da Câmara.

– Não há absolutamente nenhuma base legal para o impeachment. O que vivemos é uma agressão à Constituição, um golpe. Tenho plena convicção que a oposição não tem número para aprovar a admissibilidade do processo – diz o deputado Décio Lima (PT).

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O voto em 10 segundos

O Diário Catarinense pediu aos 16 deputados federais do Estado que demonstrassem, por meio de áudio, como devem se manifestar domingo em plenário, nos 10 segundos a que cada parlamentar terá direito de usar o microfone.

Os deputados petistas Décio Lima e Pedro Uczai, que declararam voto “não” ao impeachment, informaram que só decidirão o que dizer na hora do voto. O mesmo ocorreu com os favoráveis ao impedimento Celso Maldaner (PMDB), Esperidião Amin (PP), João Paulo Kleinübing (PSD), Jorge Boeira (PP), Mauro Mariani (PMDB), Ronaldo Benedet (PMDB) e Valdir Colatto (PMDB). O deputado Cesar Souza (PSD), que já se declarou publicamente favorável ao processo, não foi localizado pela reportagem.

Confira como devem ser os votos dos seis parlamentares que enviaram os áudios ao DC: