Às 18h56min deste sábado, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, deu por encerrada a sessão de debates iniciada na sexta-feira sobre a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A primeira sessão teve início às 8h55min de sexta. Ao todo, a discussão teve duração de mais de 34 horas. A sessão de sábado foi iniciada às 18h58min pelo mandatário da Casa. Ela estava prevista inicialmente para começar às 11h.

Continua depois da publicidade

Nesta, que é a sessão antecede a votação marcada para as 14h de domingo, havia inicialmente 170 deputados pró-impeachment inscritos para falar e 79 contra, com tempo de três minutos cada. Entretanto, 60 políticos de 14 partidos de oposição abriram mão do discurso para agilizar a sessão. A decisão foi tomada após reunião de líderes, conduzida pelo relator do processo, Jovair Arantes (PTB-GO), e pode resultar em um ganho de seis a sete horas no processo.

Leia mais

AO VIVO: deputados discutem o impeachment há mais de 30 horas

PT e governo defendem eleições gerais caso Congresso aprove impeachment

Continua depois da publicidade

Apesar do atraso, Cunha garante votação de impeachment no domingo

Jovair Arantes reiterou que não há “a menor possibilidade de adiamento” da sessão de votação no domingo, às 14h.

— A partir das 11h de amanhã (domingo), vamos encerrar a sessão de debates — disse o deputado.

Na sessão de sexta-feira, foram contabilizados 273 discursos, o que fez o Plenário quebrar o recorde de sessão contínua mais longa da história da Câmara — são consideradas como sessões contínuas aquelas que são consecutivas e cujo intervalo não ultrapasse uma hora. Até então, a sessão com maior duração na Casa havia sido a da votação da Medida Provisória dos Portos, em maio de 2013, que durou 22h consecutivas. A discussão da Medida Provisória levou, ao todo, cerca de 40 horas, divididas ao longo da semana.

Os debates no Plenário repetiram os argumentos já levantados durante a análise na comissão especial. Para os contrários ao afastamento da presidente, o impeachment é uma tentativa de golpe. Já os favoráveis ao afastamento de Dilma enfatizam que houve crime contra as contas públicas e recorrem a outros argumentos contra o Planalto: corrupção, falta de governabilidade e crise econômica.

O deputado Weliton Prado (PMB-MG) foi o último a discursar. Vinte e duas legendas discutiram a matéria: PMDB, PT, PSDB, PP, PR, PSD, PSB, DEM, PRB, PTB, PDT, SD, PTN, PCdoB, PSC, PPS, PHS, PV, PSOL, PEOS, Rede, PTdoB e PSL. O PEN não indicou nenhum orador para discursar. Os partidos favoráveis ao impeachment são: PSDB, DEM, PSB, PPS, PRB, PP, PR, PSC, PROS, PTN, SD, PSL, PSC e PHS.

Continua depois da publicidade

Mais cedo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também afirmou não haver “a menor possibilidade” de “qualquer adiamento” do processo de impeachment de Dilma Rousseff.

— A sessão de votação começará amanhã (domingo) às 14h, como estava previsto, e terminará amanhã — afirmou.

Rito

Cabe à Câmara dos Deputados autorizar, ou não, a abertura de processo de impeachment contra a presidente. Essa decisão depende do aval de 342 votos favoráveis, dois terços da composição da Câmara dos Deputados. Se o processo for aberto, o Senado será responsável por julgar a presidente Dilma.

Leia todas as notícias de política