Em sua primeira participação no julgamento do mensalão, o ministro Luis Roberto Barroso, que tomou posse no Supremo Tribunal Federal (STF) em junho, fez nesta quarta-feira um discurso preliminar antes de ler o voto.

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O ministro começou dizendo que não considera o mensalão “o maior escândalo de corrupção da história do país”, como já foi dito, mas sim “o mais investigado” e “o mais noticiado”. Para embasar a sua comparação, citou exemplos de escândalos dos últimos 20 anos envolvendo políticos, alguns dos casos com desvios bilionários de recursos.

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– Não existe corrupção do PT, do PSDB ou do PMDB. Existe corrupção. A corrupção é um mal em si e não deve ser politizada -afirmou.

Barroso fez uma avaliação da situação política brasileira e disse que o problema da corrupção não será resolvido se não for realizada uma ampla e urgente reforma política. Ele observou que, enquanto uma campanha modesta a deputado federal custa cerca de R$ 4 milhões, o parlamentar, uma vez eleito, ganhará, em salários, um valor de cerca de R$ 1 milhão em quatro anos de mandato.

O ministro também disse que não é possível tratar o caso do mensalão e outros escândalos de corrupção como situações isoladas de diversos atos ilícitos cometidos no dia a dia por todo tipo de cidadão. Ele citou algumas posturas que considera necessárias para dar um “choque de decência” no país:

– Por exemplo, acabar com a cultura de cobrar com nota ou sem nota. Não levar o cachorro para fazer necessidades na praia. Nas licitações, não fazer combinações ilegítimas com outros participantes.

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