O corpo do diretor e ator Sérgio Britto, que morreu no sábado de insuficiência respiratória, foi enterrado hoje no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio de Janeiro, com a presença de amigos e parentes. Um dos principais nomes da dramaturgia brasileira, Britto estava internado com pneumonia desde 14 de novembro no hospital Copa D’Or, em Copacabana, zona sul do Rio.

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A atriz Renata Sorrah, que estreou no Teatro dos Quatro com o colega, disse que Britto deixou órfã toda uma geração da dramaturgia.

– Ele formou muitas pessoas. Foi meu mestre, meu colega em cena, meu amigo, vai fazer muita falta. Temos que seguir seu exemplo -, disse. A secretária de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Rattes, também esteve presente ao enterro, assim como a atriz Nathália Timberg.

– Estamos todos de luto. Morreu menino e com vontade de aprender.

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Trajetória

Diretor, ator, apresentador e roteirista de cinema, televisão e teatro, Sérgio Pedro Corrêa de Britto nasceu em 29 de junho de 1923, no Rio de Janeiro. Filho de um funcionário público e uma dona de casa, ele fez medicina. Foi na universidade onde Britto teve os primeiros contatos com o teatro amador. Ele começou a carreira em 1945 e participou em 1948 de uma histórica montagem de Hamlet estrelada por Sérgio Cardoso.

Em entrevista dada à Zero Hora em 2003, Britto disse que só começou a se considerar ator de verdade depois da peça Uma Mulher e Três Palhaços (1954), de Marcel Achard.

– Fazia mais papéis de galã, até com algum reconhecimento de público e de crítica. Mas, nessa peça, eu fazia o público rir. Foi quando descobri que, sim, era ator – afirmou.

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Foto: Guga Melgar

Considerado um dos maiores atores do país, ele foi responsável pela direção de Ilusões Perdidas, em 1965, primeira telenovela produzida e exibida pela TV Globo. Apesar de seu pioneirismo na televisão, foi o teatro que o consagrou. Britto foi parte do Teatro Brasileiro de Comédia, já na fase de declínio da companhia. Com Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Ítalo Rossi (falecido em agosto deste ano) e Gianni Ratto, fundou o Teatro dos Sete, uma das mais importantes companhias do país em 1959.

Seus 65 anos de carreira foram resumidos no livro O Teatro e Eu, lançado no ano passado. Em 2008, o ator interpretou Dom Pedro II no especial da Rede Globo: O Natal do Menino Imperador. Em 2009, o ator ganhou o Prêmio Shell com a peça A Última Gravação de Krapp/Ato sem Palavras 1.