À medida em que as cidades crescem, aumenta o número de habitantes e também a população de animais de rua. Apesar de o controle desses cães e gatos ser um problema existente há anos, grande parte dos municípios do Litoral Norte ainda engatinha no que se refere a soluções.
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Em Camboriú, Balneário Piçarras, Penha e Navegantes, por exemplo, os projetos para castração de animais ainda estão saindo do papel. Devem começar modestos, atendendo primordialmente os animais de rua e a população de baixa renda.
Em Itajaí, por outro lado, onde o Núcleo de Controle de Zoonoses calcula uma população entre 3 mil e 4 mil animais de rua, esse controle iniciou em 2006. O trabalho é importante para evitar a proliferação de doenças, acidentes de trânsito e, principalmente, prevenir mordidas em seres humanos.
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Itajaí possui um Centro de Observação para Animais, no Bairro Itaipava, para onde são levados bichos que podem ter transmitido doenças. Além de cães e gatos machucados ou com suspeita de estarem doentes. Lá, eles são tratados e depois ficam disponíveis para doação. Atualmente, cerca de 300 animais estão no local. Os medicados no centro são todos moradores de rua e por isso, acabam sem ter para onde ir depois de curados. No local, não são aceitos animais abandonados.
Fazendo um trabalho de castração, o Núcleo de Zoonoses espera reduzir significativamente o número de animais de rua, nos próximos 10 a 15 anos. Segundo o veterinário do núcleo Denílson Vargas da Silva, ao contrário do que se pensa, animais que passam parte do dia nas ruas não são os mais suscetíveis à procriação. Isso ocorre porque eles são menos saudáveis e têm capacidade menor de procriar.
– É lógico que se você tem uma ninhada não vai ficar com todos para você. Então o fluxo é sempre do domiciliado para a rua – explica.
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O Centro de Observação também faz castrações para animais que tem casa para morar. Mas nesse caso, existe uma lista de espera, já que a prioridade são os cães e gatos que necessitam de tratamento. Uma das alternativas para ampliar a oferta seria a criação de convênios com clínicas particulares, segundo Silva.
Controle da raiva canina
O trabalho realizado no centro visa primordialmente a preservação da saúde humana. Por isso, há um rigoroso controle da raiva canina, que teve o último caso registrado na cidade em 2006, antes da criação do Núcleo de Zoonoses. Todos os casos de mordida por cachorros são monitorados no município. A maior parte deles ocorrem em casas. Neste ano, foram 500 casos, a maior parte nas regiões do Imaruí e Rio Bonito.
Cidades da região fazem projetos para castrações
Camboriú, Balneário Piçarras, Penha e Navegantes trabalham em projetos para viabilizar sistemas de castração nos municípios. Todas as cidades concordam que canil não é uma alternativa viável porque acaba por favorecer o abandono, por isso devem investir em castração de animais de rua e domiciliados.
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De 2010 a 2012, Penha castrou cerca de 400 fêmeas de cães e gatos por meio de um convênio firmado com uma clínica particular. Desde então, o projeto está parado, mas seu retorno já foi licitado.
O secretário de Agricultura e Pesca, Luiz Fernando Vailatti, explica que tão logo a clínica que ganhou a concorrência apresente as exigências necessárias os procedimentos serão retomados. Desta vez, machos também devem ser contemplados.
Navegantes também já credenciou clínicas para fazer castrações gratuitas para a população de baixa renda. Os procedimentos devem começar no próximo mês, mediante credenciamento.
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Balneário Piçarras está montando um centro de castração, que vai funcionar em uma casa no Morro Alto. Além de promover cirurgias de castração, a intenção do chefe de zoonoses do município, Ricardo de Paula, promover pesquisas para melhorar campanhas de adoção e outras ações de conscientização.
A prefeitura de Camboriú chegou a fazer o projeto de um trailer que percorreria a cidade promovendo castrações e chipagem de animais. Mas diante da inviabilidade do projeto também será criada uma estrutura fixa para esses trabalhos. O município informou que aguarda a chegada de alguns materiais para iniciar os procedimentos.