A comerciante Maria Helena Meis, de 44 anos, pagou R$ 160 mil à vista em julho de 2012 por um apartamento que deveria ser entregue ao final de 2013.
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– Tem menos de 30% da obra construída. Não foi colocado um tijolo em dois anos. Ficou do mesmo jeito. Vou ter que gastar mais de R$ 100 mil para terminar – reclama.
Indignada, Maria Helena tomou a frente de um movimento de consumidores que se revoltaram contra a empresa. Organizados por meio do Facebook, em maio o grupo fez uma manifestação com faixas no portão da empresa, além de marcar reuniões com o Comitê Gestor de Crises e o advogado da construtora.
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Na semana passada a Justiça proibiu a empresa Criciúma Construções Ltda de vender e fazer divulgação de imóveis dos condomínios Alameda Brasil, Vivendas de Barcelona, Moradas do Bosque e Ecovillage. A multa diária para caso de descumprimento é de R$ 2 mil. A penalidade é resultado de uma ação civil pública do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que alega prejuízo a 8.801 consumidores que teriam adquirido imóveis os quais ainda não foram entregue.
Além disso, foi determinado que os consumidores deixem de pagar as prestações até que a empresa entregue os imóveis ou apresente alguma garantia. Todo o patrimônio dos empreendimentos, inclusive os imóveis ainda não comercializados, foram bloqueados para eventual ressarcimento aos consumidores.
Até maio deste ano, dos 92 projetos da construtora, espalhados por 13 municípios catarinenses e dois gaúchos, apenas 45 estão em andamento – mas quase todos os prazos estão vencidos.
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Diante da dificuldade em negociar com os credores, a Criciúma Construções decidiu instaurar um Comitê Gestor de Crise. Entretanto, a situação permaneceu a mesma por mais 60 dias, com a maioria das obras paradas e os prazos de entrega desrespeitados. Contatada pela reportagem, a empresa comunicou por meio de assessoria que o comitê foi desfeito e que informações mais precisas serão divulgadas ao final da próxima semana.