O sonho da casa própria é compartilhado por milhões de brasileiros que ainda não conseguiram realizá-lo. Em Santa Catarina, 3,5 mil associados a oito cooperativas habitacionais estão unidos na mesma vontade.
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Uma cooperativa habitacional caracteriza-se por uma associação de pessoas que unem esforços para a obtenção do objetivo comum: a aquisição de uma moradia a um baixo custo.
Conforme dados da Organização das Cooperativas Brasileiras, o país tem 121 mil cooperados em 220 cooperativas habitacionais, que geram 1,1 mil empregos.
De acordo com a Federação das Cooperativas Habitacionais de Santa Catarina (Fecoohasc), os oito grupos do Estado geram pelo menos mil vagas de forma indireta, considerando a mão de obra da construção civil necessária para executar os projetos das cooperativas.
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Essas empresas contribuem na organização coletiva, formando grupos habitacionais de acordo com necessidade e renda. Eles buscam a aquisição de lotes, apartamentos ou construção.
Em seguida, buscam parceiros e recursos, principalmente junto ao Ministério das Cidades, que tem programas específicos para as cooperativas, como Crédito Solidário e Minha Casa Minha Vida Entidades (MCMV-E), o mais evidente atualmente, que beneficia famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil.
– Temos um grande desafio que nos impulsiona e nos leva a pensar na urgente necessidade de fortalecer o cooperativismo que beneficie o maior número de pessoas que se encontram à margem do sonho de ter uma moradia – defende Eloi Brum, presidente da Fecoohasc.
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Programa de SC com expressão nacional
A entidade acredita que o setor em Santa Catarina tem expressão nacional, pois já foram contratados diversos projetos do Programa Crédito Solidário, associativo do FGTS, além de outros como o Programa Entidades.
– Já conquistamos diversos projetos selecionados dentro no Ministério das Cidades. Podemos destacar grupos de Rancho Queimado, Jacinto Machado, Içara, Santo Amaro, Pinheiro Preto, Ermo e Trombudo Central. Novos grupos se organizam para enviar mais projetos – diz Brum.
Em sete anos, grupo de Chapecó já beneficiou 1,1 mil famílias
Em 2007, ter uma casa parecia um objetivo inatingível para Roseli Lazarotto de Mello. Ela tinha o terreno, mas faltava dinheiro para começar a erguer sua moradia. Foi quando ela e o marido souberam que um grupo estava se unindo em uma cooperativa para conseguir recursos para construção.
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– Saber que a minha casa teria apenas 46 metros quadrados foi um pouco frustrante, mas era a forma de sair do aluguel. Sem este custo mensal, fomos, aos poucos, aumentando nosso imóvel, que hoje já tem quase 200 metros quadrados – comemora Roseli.
Quando se associou à Cooperativa Habitacional de Chapecó (Cooperchap), a dona de casa previa que a ideia iria crescer e ajudar mais pessoas que sonhavam com a casa própria. Em sete anos, 1.113 famílias foram beneficiadas e a previsão até dezembro é somar a esse número mais 112 associados.
– A Cooperchap está construindo sua história enquanto entidade independente, e contribui para alterar as condições habitacionais de inúmeras famílias, através do governo federal bem como de programas próprio da cooperativa – acredita Adriana Ribas de Arruda, presidente da Cooperchap.
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Roseli afirma que a equipe da Cooperchap, que conta com engenheiro, assistente social, administradores e presidente fazem diferença.
– Se fosse pedir um crédito imobiliário em um banco não teria o mesmo acolhimento que recebi na cooperativa.
A Cooperchap surgiu como extensão da Associação Cedrense dos Sem Moradia (Acesmo), criada em 1992, quando um grupo de famílias se reuniu para discutir os problemas habitacionais existentes. O objetivo era traçar caminhos para que as famílias saíssem da condição de aluguel, e até mesmo de moradias de risco.
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