Nesta terça-feira, dia 17 de maio, é celebrado a Dia Internacional de Combate à Homofobia. E em Florianópolis, poucos dias antes, na sexta, foi sancionado o projeto que institui o Conselho Municipal dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, que irá trabalhar no combate à violência contra a população LGBT e a inserção destas pessoas no mercado de trabalho.

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Na capital, as políticas são desenvolvidas pela Coordenadoria das Políticas Públicas para as Mulheres. Quem está à frente do órgão é a assistente social Dalva Maria Kaizer. Ela explica que o conselho será fiscalizador das políticas LGBT do município e que a criação da entidade permitirá que existam mais debates e ações focadas nas necessidades desta população. Segundo a coordenadora, o mercado na cidade aceita pouco à população homossexual.

— Quando essas pessoas assumem sua sexualidade, são expulsas de casa e não tem onde morar. Não conseguem se qualificar para acessar o mercado de trabalho, e muitas vezes, como última alternativa, acabam indo para a prostituição. É preciso conscientizar a população para aceitar esse público. Esse preconceito precisa ser sanado — espera.

“Floripa é amiga apenas do turista gay”

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Outra questão importante é a violência contra LGBTs. Dalva Maria lembra os assassinatos brutais do ex-comissário bordo Alexandre Santiago, em março, e do maquiador Norival Cardoso de Almeida, há duas semanas, ambos homossexuais, mesmo que a polícia descarte crime de homofobia.

— Existe uma cortina por trás do título de que Florianópolis é amiga do gay. Apenas os turistas homossexuais é que são respeitados, porque o comércio se aproveita do poder aquisitivo dos que vem gastar na cidade. Mas para quem mora aqui, é muito difícil. Não temos leis de proteção eficazes — protesta.

Ela cita o avanço com a lei do feminicídio e explica que é preciso ainda aprovar o crime de homofobia. Por isso, o conselho irá trabalhar na linha de conscientização, dentro da rede escolar e articulando vagas para essa população junto ao setor produtivo. A entidade tem agora 60 dias para formar seus nomes.

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