Desnecessário. É assim que o Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP) avalia o projeto do vereador Deglaber Goulart (PMDB) que propõe em Florianópolis assistência médica e psicológica para cidadãos com “transtornos de identidade sexual e transtornos de preferencia sexual”.
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A psicóloga Cláudia Cruz, 26 anos, foi a conselheira designada pelo conselho para dar entrevista à respeito, nesta terça-feira. Confira os principais trechos:
Diário Catarinense – Qual a posição do Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina sobre o projeto do vereador?
Cláudia Cruz – O primeiro ponto que avaliamos é que é desnecessário projeto como esse porque tem como objetivo o acesso à saúde pública, que já é universal. Segundo, porque esses códigos previstos da CID (Classificação Internacional De Doenças) são acessos a alguns direitos que já são oferecidos.
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DC – O atendimento psicológico já é previsto pelo SUS…
Cláudia – Sim, é previsto aqui pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Mas o tratamento de cura é vedado ao psicólogo, que também não pode se aliar a tratamento que exige isso.
DC – No projeto o vereador fala em transtorno de identidade sexual e transtornos de preferência sexual. Há questão psicológica para isso?
Cláudia – Há diagnósticos que avaliam a pessoa à cirurgia para conseguir a mudança de sexo. Alguns Estados pedem pelo menos dois anos de acompanhamento psicológico como requisito para a cirurgia. O procedimento nesses casos é para que o corpo esteja de maneira em que a pessoa se vê e não para mudar a maneira como ela se vê. Trata-se de orientação sexual e não de doença.
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