Na arquibancada do Estádio João Marcatto, em Jaraguá do Sul, e nas redes sociais um nome foi o mais comentado após a partida entre Metropolitano e Camboriú domingo, pela primeira rodada do Campeonato Catarinense. “Quem é esse? O cara está com tudo hoje!”, “Fez milagre!” e “Tem que ser titular sempre!” foram algumas das reações lidas na web e ouvidas no estádio. O responsável por empolgar o torcedor do Verdão? Samuel Portugal Lima, 21 anos, goleiro e eleito por muitos como o melhor em campo na partida de domingo. Ele foi o responsável por pelo menos três defesas difíceis, que poderiam ter estragado o domingo do alviverde de Blumenau. Como o futebol é feito de histórias, essa fica ainda melhor: o jogo contra o Camboriú foi o primeiro da carreira de Samuel como profissional.
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Mas quem é esse garoto que já caiu nas graças da torcida? Baiano nascido em Teixeira de Freitas, cidade de 155 mil habitantes e distante a 800 quilômetros de Salvador, filho de pai vendedor e mãe massoterapeuta, Samuel chegou no Metropolitano contratado por empréstimo do Coritiba, clube que defendeu desde os 17 anos.
– Comecei no futebol aos 14 anos, em uma escolinha em Teixeira de Freitas. De lá o professor me mandou para Londrina (PR), onde fui para o Junior Team, um clube de empresários para formação de jogadores. Fiquei dos 15 aos 17, quando o Coritiba me viu jogando o Campeonato Paranense Sub-17 e me contratou – lembra o goleiro, que pelo alviverde paranaense venceu o Estadual Sub-20 e uma Dallas Cup, nos Estados Unidos.
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É quase um clichê no Brasil falar que desde pequeno Samuel queria ser jogador de futebol, mas a história dele começou graças ao pai, que o levava às peladas de fim de semana.
– Meu pai é fanático por futebol. Eu via ele jogando de goleiro e queria ser igual a ele. Sempre fui goleiro. Nas brincadeiras da rua eu dizia para todo mundo que eu era o Dida – conta.
O baiano tímido, de fala simples e sorriso fácil chegou em Blumenau no dia 4 de janeiro sem saber se jogaria. Acabou ganhando a camisa 1 de colegas mais experientes e deve ser o titular nas próximas partidas.
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– Avaliamos todos nas questões técnicas, táticas, físicas e de situação contratual. Foi uma decisão do Valdir Espinosa em consenso com toda a comissão de que o titular na estreia seria o Samuel – explica o treinador de goleiros José Alberto.
“O sonho é o título catarinense”
Qualquer estreia de um jogador de futebol como profissional é marcante, mas a de Samuel teve um toque especial. Após a partida, seu WhatsApp bombou com mensagens dos parentes na Bahia, que haviam escutado o jogo pelo rádio.
– Fiquei feliz com o reconhecimento. Recebi muitas mensagens e a minha família está ansiosa pelo jogo de quinta, contra o Avaí, que vai passar na televisão.
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Os bons lances de Samuel durante o jogo foram vários, mas para o jovem goleiro a defesa mais difícil foi aos 39 minutos do primeiro tempo, em dois lances contra o atacante Cadu:
– Espalmei pra frente, o campo estava ruim e a bola veio quicando, foi difícil. Tentei direcionar ela para o lado, mas foi pra frente e teve o rebote. Se eu tomo o gol seria falha minha, mas consegui a recuperação e fui feliz.
Olhando para frente, Samuel diz que o sonho é o título do Catarinense. Para quem chegou sem saber se entraria em campo, os primeiros 90 minutos já foram muito acima do esperado. E o Metrô tem a certeza que em algum lugar de Teixeira de Freitas uma família vai estar grudada no rádio torcendo pelo Verdão.
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