O Conselho Nacional de Educação (CNE) iniciou uma sequência de audiências públicas em todas as regiões do Brasil para discutir o texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), apresentado em abril deste ano pelo Ministério da Educação (MEC). O debate da região Sul será realizado nesta sexta-feira, em Florianópolis. As audiências tiveram início em junho e já foram realizadas em Manaus, no Norte, e em Recife, no Nordeste.
Continua depois da publicidade
César Callegari, presidente da comissão do CNE encarregada de elaborar a BNCC, explica que as contribuições e sugestões levantadas durante as audiências já estão sendo analisadas pelo conselho para elaborar um projeto de resolução, que deve ser apresentado para homologação até o fim deste ano:
— Vamos assumir como próprio aquilo que considerarmos adequado, fazendo modificações e complementações que se fizerem necessárias ao nosso juízo. Não se trata apenas de fazer um parecer aprovando ou não o texto que já existe – que já passou por consulta pública, seminários, discussões e vem sendo elaborado há quase três anos – nós vamos redigir a norma aproveitando todos os subsídios trazidos pelo ministério.
O conselho convidou uma série de entidades como universidades, instituições de pesquisa, sindicatos, associações profissionais e organizações estudantis para a audiência. Também foram abertas inscrições para outros indivíduos interessados em participar.
Continua depois da publicidade
— É uma audiência feita para ouvir, nós do CNE vamos estar lá para receber essas críticas e sugestões, nós não vamos debater com as pessoas sobre as propostas, mas sim receber as propostas — esclarece Callegari.
Sinte organiza protesto
Alguns pontos da base curricular têm gerado contestações por parte dos professores. O professor Aldoir Kraemer, coordenador estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) diz que há um problema quanto a forma como o Ministério da Educação (MEC) está conduzindo o processo:
— O MEC age de forma autoritária, impositiva e sem levar em conta as discussões que já haviam sido feitas em conferências nacionais, nas quais foram traçadas linhas para a educação brasileira que o Ministério tem ignorado. Por conta deste e de outros fatores, temos uma posição crítica sobre essa discussão da Base Nacional Curricular — destaca.
Continua depois da publicidade
Nesta sexta-feira, os membros da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) pretendem realizar um protesto com faixas e cartazes contra a forma como o MEC tem tratado a questão da educação no Brasil e o debate da BNCC.
— Também nos perguntamos com quem o MEC está realizando este debate. Um ponto relevante é que a audiência foi marcada na Federação da Indústria de Santa Catarina (Fiesc) e é o empresariado que vai debater. Para nós, isso não é um debate da educação, já que os empresários têm uma visão utilitarista do tema, voltado para questões práticas das necessidades do mercado de trabalho, não para uma formação social ou humana, a formação global do ser humano.
Saiba Mais
A Base Nacional Comum Curricular é um documento que determina os conhecimentos essenciais que todos os alunos da Educação Básica devem aprender, ano a ano, independentemente do lugar onde moram ou estudam. Todos os currículos de todas as redes públicas e particulares do país deverão conter esses conteúdos. A associação sem fins lucrativos Nova Escola elaborou um guia onlineque esclarece as principais dúvidas sobre a Base Nacional Comum Curricular.
Continua depois da publicidade
Acompanhe
O canal Futura firmou uma parceria com o MEC para transmissão das audiências públicas sobre a Base Nacional Comum Curricular. É possível acompanhar ao vivo o evento em Florianópolis e assistir as audiências que já ocorreram em Recife e Manaus.
Agende-se
O quê: Audiência Pública sobre a Base Nacional Comum Curricular
Quando: sexta-feira, das 9h às 17h
Onde: FIESC, Rodovia Admar Gonzaga, 2765, Itacorubi, Florianópolis
Leia também:
Conselho Nacional de Educação fará audiência pública para debater Base Curricular Comum em SC
Com nova base curricular, crianças deverão ler e escrever até o 2º ano do Ensino Fundamental
Empatia e respeito à diversidade deverão estar no currículo escolar