Ser mãe é dar a vida. Essa marca da doação acompanha várias mães ao longo do tempo, não apenas no nascimento. É o caso de Josianny e Rosiléia e Leda, quatro mães que tem algo em comum: entre muitas mães, elas não mediram esforços para dar a vida aos seus filhos duas vezes.
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Como aprender a ser mãe em meio à pressão e às informações da era digital
“Tenho um pedaço da minha mãe dentro de mim”
Desde seu nascimento, o menino Matheus Eccel recebe acompanhamento com nefrologista e foi submetido a um transplante renal aos 10 anos. A doadora foi sua mãe Josianny, que descobriu em sua gestação o problema que o filho teria. O transplante foi um sucesso.
Hoje, com 16 anos, Matheus está recuperado e com todos os cuidados que um transplantado necessita. Faz curso técnico em Recursos Humanos. A mãe se emociona ao falar do filho e afirma que há uma aproximação muito forte entre os dois, reforçada pelo transplante. Já o menino declara todo o seu carinho e gratidão:
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— Tenho um pedaço da minha mãe dentro de mim.
Dois irmãos que precisaram de cuidados
O caso de Israel e Igor também é comovente. Os dois irmãos nasceram com Síndrome Nefrótica e sua mãe Jane sabia que ambos precisariam de um tratamento de hemodiálise e transplante no futuro. A doença de Israel agravou-se mais rapidamente que a de seu irmão. Aos 17 anos, ele precisou de transplante. No início, Jane ficou com o coração dividido porque ao doar o rim para um filho, não poderia ajudar o outro no futuro.
— Se eu pudesse, doaria meus dois rins. Um para cada filho.
Mas, o que deixou seu coração ainda mais aliviado e livre de qualquer culpa foi que Jane era compatível somente a Israel e não restou dúvidas ao doar seu rim para o filho. Israel agora tem 25 anos, é formado em tecnologia em logística. Casou-se e mora em Joinville. Igor está com 22 anos, também se casou e tem um bebê de quatro meses. Hoje a mãe se dedica a cuidar do netinho, filho de Igor, em Itapema.
Felizmente, a sua doença foi estabilizada, não evoluiu e não houve ainda a necessidade do transplante. Neste Dia das Mães, a família já combinou mais um almoço, regado com muita emoção.
Igor sente-se abençoado pela estabilidade da sua saúde e por ter a mãe por perto todos os dias cuidando dele e de seu bebê. Israel vê no Dia das Mães uma oportunidade a mais para abraçar e beijar a sua, que segundo ele, é especial e lhe deu a vida em dobro. Quanto a Jane, ela garante que se sente a mãe mais feliz do mundo pelos filhos que tem e por tudo o que aconteceu na sua vida.
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— A gente cuida um do outro —, diz a mãe emocionada.
Mãe companheira na hemodiálise
A história de Anderson Laurentino e sua mãe Rosiléia também é cheia de amor e cumplicidade. Aos 21 anos, Anderson perdeu a função renal e faz, até hoje, hemodiálise três vezes por semana na Fundação Pró-Rim. A mãe sempre o acompanha no tratamento e dá atenção especial nos cuidados com a alimentação e nas atividades cotidianas do filho.
— Não se trata de proteção excessiva. Sei que ele está numa fase da vida em que precisa muito de mim. Só quem tem um filho nestas condições vai entender o grau de preocupação de uma mãe —.
Mas, ela garante que tem fé e acredita que o transplante do rapaz vai ocorrer em breve. Anderson, por sua vez se diz abençoado por ter ao seu lado alguém tão carinhosa e dedicada.
— Não sei o que seria de mim sem ela. Estou ficando mal-acostumado com tanto mimo —, brinca.
Mãe e filho dividem a mesma profissão
Os técnicos de enfermagem, mãe e filho, Leda Rejane de Oliveira e Leandro seguiram os mesmos passos profissionais.Quando criança, Leandro e os outros dois irmãos acompanhavam a mãe, que era agente comunitária na Paraíba, durante as visitas às famílias.
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Ajudavam levando folders, balança e ficavam ouvindo as orientações da mãe, que realizava palestras sobre saúde em regiões mais carentes.Quando precisou optar por uma profissão, Leandro surpreendeu a mãe dizendo:
— Quero ser igual você. Lembro que desde criança eu te ajudava e gosto de trabalhar com pessoas. Quero cuidar das pessoas, igual você!.
Leda comentou que foi uma surpresa, porque não imaginou que naquelas pequenas ações em que eles participavam poderiam servir de exemplo para os meninos.
Hoje ambos atuam diretamente no cuidado de pacientes renais crônicos em salas de hemodiálise. Um, na unidade de hemodiálise do hospital regional e outro na unidade Vida Center, em Joinville.
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