Uma confusão entre pescadores na praia do Campeche, em Florianópolis, na manhã deste domingo, 14, terminou com a apreensão de 720 tainhas. Depois de um grupo de pesca artesanal cercar e capturar o cardume, outro grupo de pescadores acionou a Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina (PMA-SC) e informou sobre uma possível irregularidade na licença do grupo que fez a captura.
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Morador da região, o jornalista Dauro Veras, de 51 anos, pedalava na praia quando viu a confusão se formar. Com a experiência da profissão, Veras registrou fotos do momento de tensão e procurou se informar sobre o entrevero.
— Vi o pessoal puxando as tainhas e carregando um jipe vermelho pouco antes de outro grupo se aproximar. Quando esse grupo chegou, houve uma discussão exaltada, mas ninguém foi às vias de fato. Pouco depois, chegaram a Polícia Ambiental e, em seguida, a Polícia Militar — contou.

A PMA foi ao local por volta das 10h30min, confirmou a ilegalidade da pesca e fez a apreensão das tainhas. De acordo com o Cabo Back, um dos agentes que atendeu à ocorrência, os pescadores infratores tinham licença de “segundo arrasto” – na qual o lanço só pode ser feito “por fora”, depois que uma canoa com licença de “primeiro arrasto” cerca o cardume.
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— Três barcos tinham condições de fazer a pesca do cardume, mas esse grupo da licença de segundo arrasto entrou na água antes e tirou a vez dos que tinham licença de primeiro arrasto. Foram os próprios pescadores da região que chamaram a PMA, porque se sentiram injustiçados — relatou.
Segundo a PMA, esse tipo de ocorrência é comum durante a safra da tainha, contabilizando cerca de 10 denúncias por semana, mas nem sempre é possível realizar o flagrante devido aos horários da pesca — boa parte dos lanços são feitos entre a madrugada e o começo da manhã. No Campeche, foi a primeira ocorrência da temporada.
Conforme protocolo da PMA, o barco, a rede e os outros materiais foram apreendidos, assim como as 720 tainhas. O patrão da canoa terá que responder à Justiça e, provavelmente, deverá pagar uma multa para retirar o material, conforme informou a PMA. As tainhas, por serem perecíveis, foram doadas ao Hospital de Caridade e à Marinha do Brasil.
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