Os “amarelinhos”, como são chamados os monitores da empresa Cartão Joinville, que explora o serviço do estacionamento rotativo na cidade, venderam nesta segunda cartões e autuaram quem não os pagasse, como se nada estivesse acontecendo.
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Mas, nos bastidores, continuava a queda de braço judicial – que dura mais de dois meses – para romper ou manter o contrato da empresa com a Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Joinville (Conurb), que extinguiu o acordo pela segunda vez na sexta-feira.
Mural: quem está com a razão: Conurb ou Cartão Joinville?
Pelo menos até esta segunda, a cobrança da Zona Azul era considerada ilegal pela Conurb, que rescindiu o contrato novamente afirmando que a empresa não apresentou comprovação de estar em dia com impostos, conforme pede o acordo.
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Mas a Cartão Joinville tenta, com medida de segurança protocolada segunda na 2ª Vara da Fazenda Pública, reverter novamente o quadro. A decisão não havia saído até o fechamento desta edição.
Mesmo que muita gente que dirige pela cidade estejam cientes do impasse, a maioria continuou pagando segunda R$ 1,25 para estacionar por uma hora na Zona Azul. A arquiteta Edicleia Lacerda de Paula, 24 anos, parou em uma vaga da rua Engenheiro Niemeyer, no Centro.
Em 2011, ao saber que a Conurb havia rescindido o contrato (suspensão que a Cartão Joinville contestou na Justiça e mantém liminar até esta terça), não comprou o cartão e foi multada. Desta vez, ela preferiu não arriscar. Ao ver a monitora, pagou e pôs o bilhete no para-brisa do carro.
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– Por via das dúvidas -, diz.
Edicleia costuma estacionar no Centro e sempre paga pela vaga.
– Se não vão mais cobrar, que definam logo. Você fica sem saber o que fazer. O cidadão fica à mercê desta situação -, lamenta.
A Conurb, que alega dívidas para justificar a quebra de contrato, é enfática ao informar que o cidadão não precisa pagar pelo estacionamento até decisão judicial em contrário. A empresa de economia mista afirma que a autuação pode até gerar multa (de R$ 53,20), mas ela não será cobrada.
A Cartão Joinville afirma que continuará cobrando. No meio disso, entra a recomendação do Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon) de Joinville: não pagar pelo estacionamento nem pelas multas e buscar apoio no serviço.
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O gerente de restaurante Oldair José da Silva, 34, nem sabia que a cobrança deveria estar suspensa segunda. Como usa pouco o serviço, não pestanejou em comprar o cartão para evitar problemas futuros.
– Normalmente prefiro estacionar em locais privados porque são mais seguros -, diz.
Ao pararem na rua do Príncipe, Solange Sutter, 31, e Valter Sutter, 35, se disseram perdidos. Ambos souberam pela imprensa que a cobrança estaria suspensa segunda, mas viram os monitores vendendo cartões.
– Ficamos na incerteza. Fazem a quebra no fim de semana e quando a gente vem fazer as coisas na segunda-feira, não sabe o que fazer. Eles (Conurb e Cartão Joinville) têm que tomar uma decisão -, diz Solange.
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Ela comprou os cartões para não ser autuada.
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