Em uma de suas últimas entrevistas ao jornal “A Notícia”, em dezembro de 2014, o senador Luiz Henrique da Silveira falou sobre o momento político do País, sobre suas conquistas ao longo de 40 anos de atuação política e do que projetava para o futuro, assim que encerrasse o seu mandato no Senado Federal, em 2018, quando teria 78 anos. Confira a seguir algumas das principais frases mencionadas pelo político, que morreu neste domingo em Joinville:

Continua depois da publicidade

“Há uma falência dos partidos. Quando há eleições para vereador, para deputados, os candidatos do próprio partido se digladiam. Há uma autofagia partidária.”

Sobre o atual momento dos partidos políticos

“Santo Agostinho dizia: “A natureza não dá saltos”. Darwin dizia: “A natureza se adapta e evolui”. E eu digo: “A política não dá saltos.”

“O tempo tem de fazer a gente experiente. Quem não aprender com o tempo, não aprende na escola.”

Continua depois da publicidade

Sobre a derrota na eleição para o Senado neste ano

AO VIVO: acompanhe as últimas informações sobre a morte de LHS

Prefeitura de Joinville decreta luto oficial

“Estar longe de Joinville é sentir uma dor no peito, uma dor na alma, uma dor que só se acalma, quando chego na Curva do Arroz.”

Sobre a paixão por Joinville

“Quando encerrar o meu mandato, vou fazer o discurso de vida pública. Vou me recolher, iniciar um tratamento que preciso fazer, que é o da netoterapia. E vou ler e escrever.”

Sobre o futuro na política

“Essa é uma questão que não tem um caráter político. Os desdobramentos são todos na Justiça. É uma questão policial e judicial. Não há paralelo na história política do País.”

Sobre a operação lava-jato

É verdade que o Brasil não está bem, mas não está tão mal como o brasileiro o está percebendo. Penso que fatos que derrubam a nossa autoestima, como o caso da Petrobrás, poderão levar-nos à superação dos problemas, à punição exemplar dos infratores e à reforma política, a começar pela instituição do financiamento público das campanhas. Ergamos a cabeça e demos fim a essa goleada de negativismo.”

Continua depois da publicidade

Sobre o cenário econômico brasileiro para 2015

Leia também:

Marcada por vitórias políticas, trajetória de Luiz Henrique somou 44 anos de história em SC

Leia a última crônica escrita por Luiz Henrique para o jornal ‘A Notícia’

“Luiz Henrique era um dos maiores e melhores homens que eu conheci na vida”, diz Raimundo Colombo

“Em minha luta, rompi os muros fortificados da ditadura, derrubando, um a um, seus instrumentos de supressão das liberdades.”

Sobre a luta contra a ditadura

“Fui derrotado? Não. Eu fui vencedor, porque combati o bom combate.”

Sobre a eleição para a presidência do Senado

“Eu tenho uma posição de objetivar o interesse nacional. Tudo o que for fundamental para o interesse nacional, eu estarei com o governo.”

Sobre fazer oposição ou ser situação

“Todos os mandatos deveriam ter seis anos para tirar o País dessa emergência. Hoje, o governador é eleito e, no dia seguinte, já está tratando das eleições de 2016. A outra questão fundamental é estabelecer a campanha na televisão ao vivo. Acabar com os comerciais de tevê que transformam os candidatos num produto de consumo, construídos por profissionais de propaganda como se fosse um colírio, um detergente, um sabonete, um automóvel.”

Continua depois da publicidade

Sobre a reforma política

“Quando o Udo Döhler ganhou a eleição, disse que eu iria cuidar do Senado e ele da Prefeitura. Então, tenho a melhor relação com o prefeito. Simplesmente, não quero que digam que eu estou lá, dando pitacos, querendo transformar o prefeito em alguém que executa as minhas ideias. O prefeito Udo é um homem de uma competência e uma experiência tal que não demanda da minha presença frequente. Mas nos falamos praticamente todo dia. Estou fazendo de tudo para ajudar a Prefeitura.”

Sobre a relação com o prefeito Udo Döhler

“Quando criei as regionais, o meu desenho era de que elas seriam agências de desenvolvimento regional. Posteriormente, evoluí para secretaria porque fui alertado de que poderia precisar de algum deputado federal ou estadual para ocupar a pasta. Por isso, demos o nome de secretaria, seguindo o mesmo princípio das secretarias regionais de Joinville.”

Sobre as secretarias regionais

“Quando eu era governador, fiz uma coisa difícil de acontecer. Um projeto de R$ 40 milhões só para Joinville. O Estado assumiu um financiamento do BNDES só para Joinville. E a Assembleia aprovou. Vou continuar lutando para que o BNDES mude seus contratos, falar até com a presidente (Dilma) se for preciso. Não há como fazer obras de mobilidade urbana sem financiamento para as desapropriações.”

Sobre as obras quem não andam em Joinville

“Eu não me engajei na candidatura do Aécio (Neves) nem da presidente Dilma (Rousseff). Fiquei numa posição de recolhimento. Foi a primeira campanha política de toda a minha carreira, que começou em 1970, que eu me recolhi. O PMDB tinha decidido apoiá-la. E aqui (em Santa Catarina), a maneira como o PT se posicionou, me impossibilitava o engajamento.”

Continua depois da publicidade

Sobre à campanha presidencial de 2014