Em uma conversa de pouco mais de uma hora com a reportagem de “AN” nesta sexta-feira, o senador Luiz Henrique da Silveira falou sobre o seu distanciamento da presidente Dilma Rousseff e do PT durante a eleição deste ano; comentou as decisões do governo de Raimundo Colombo em relação a Joinville e às secretarias de desenvolvimento regional; abordou a dificuldade de caixa do prefeito Udo Döhler; e avaliou a própria carreira política.
Continua depois da publicidade
>> Leia as últimas notícias sobre Joinville e região no AN.com.br
Ouviu o telefone tocar três vezes, mas não atendeu a nenhuma delas. Repassou o telefone para o jornalista José Gayoso, único assessor que o acompanhou na entrevista. Bateu na mesa com energia ao avaliar a postura de Colombo diante da dificuldade de instalar câmeras de segurança em Joinville. Gesticulou, riu e até listou pelo menos seis diferentes frustrações como político e como governante, três delas na área da cultura.
Aos 74 anos, o senador Luiz Henrique, que é reconhecidamente um dos políticos mais hábeis e de decisões firmes de Santa Catarina, se viu diante de uma situação inédita em 2014: em vez de pedir votos e se engajar na campanha, preferiu se recolher na última eleição – e justo a presidencial.
Continua depois da publicidade
-Eu não me engajei na candidatura do Aécio (Neves) nem da presidente Dilma (Rousseff). Fiquei numa posição de recolhimento-, disse.
Questionado para quem havia votado nos dois turnos da eleição, o senador respondeu rapidamente:
-O voto é secreto.
Ainda impressionado pela despedida emocionada e reverenciada do senador gaúcho Pedro Simon, durante cinco horas no Senado, Luiz Henrique afirmou que vai tratar de fazer uma “netoterapia” quando abandonar a vida pública. Por enquanto, ela está prevista para o fim do mandato. Voltar a disputar uma eleição, só se a reforma política sair do papel.
Confira seis perguntas feitas para Luiz Henrique:
PARTE 1 – O CENÁRIO NACIONAL E A PRESIDENTE DILMA
Recolhimento
Eu procurei arquitetar uma aliança que era óbvia. A partir do momento em que o PMDB está coligado com o PT na base de apoio à presidente Dilma, era normal que o PT estivesse aqui na aliança para a reeleição do govenador Raimundo Colombo. E eu falei várias vezes: se isso acontecer, é o melhor dos mundos para o PT, que não elegeria um senador, mas nomearia um senador. O PT viraria protagonista das eleições em 2018 e faria uma forte base de apoio para a presidente, que tem dificuldades em Santa Catarina, como Lula teve. Lula só ganhou aqui quando esteve aliado conosco, em 2002. Quando não esteve, perdeu. Agora, o PT decidiu tomar outro rumo, e a gente tem de respeitar, com candidatura própria. Elegeu como plataforma de ação o fim da questão que é o avanço que determinou o boom de Santa Catarina, que é a descentralização. Ou seja, o PT foi malsucedido na campanha por não apoiar a descentralização e criou um fosso com o PMDB. Eu não me engajei na candidatura do Aécio nem da presidente Dilma. Fiquei numa posição de recolhimento. Foi a primeira campanha política de toda a minha carreira, que começou em 1970, que eu me recolhi. O PMDB tinha decidido apoiá-la. E aqui, a maneira como o PT se posicionou, me impossibilitava o engajamento.
Continua depois da publicidade
Voto secreto
O voto é secreto. Não fui cobrado porque havia outro fato. O vice-presidente Michel Temmer, que é um homem muito hábil, percebeu as dificuldades que a candidatura de Dilma tinha em vários Estados, especialmente no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste. Então, o PMDB adotou a posição de liberar os diretórios para seguirem seu caminho de acordo com suas realidades. Não havia uma decisão partidária que obrigasse a apoiar. Era uma posição de liberdade na escolha dos candidatos.
Área econômica
Os Estados que representam a base produtiva do País, os grandes complexos industriais e econômicos, manifestaram pela mudança da política econômica. E o primeiro sinal que a presidente Dilma deu foi no sentido de atender a esses desejos. A equipe econômica atende a esses desejos. As nomeações na Fazenda, no Desenvolvimento Econômico e no próprio Banco Central são demonstrações claras de que a presidente quer fazer um novo governo.
Operação Lava-Jato
Essa é uma questão que não tem um caráter político. Os desdobramentos são todos na Justiça. É uma questão policial e judicial. Não há paralelo na história política do País. Primeiro, porque a ação policial está embasada em dados recolhidos dos próprios suspeitos, computadores e anotações. E, segundo, porque nunca vi nenhuma crise política que envolvesse empresários. E os maiores empresários do País. O setor de infraestrutura é tocado por esses empresários. Isso, talvez, tenha um efeito didático. O Brasil, em vez dessa conglomeração que houve, de oito, dez empresas, dê oportunidade a empresas pequenas, menores, e multiplique a contratação daqueles que trabalharam para o governo. Todo o conglomeramento, monopólio, é ruim. E o que parece demonstrar os fatos é que houve um conglomeramento de empresas. Houve um consórcio entre elas, uma combinação entre elas. Eu acho que nunca mais, no futuro do País, um fato como esse vai se repetir.
Continua depois da publicidade
Reforma política
O governo tem de tomar iniciativa da reforma política. É a coisa mais urgente a ser feita. Primeiro, deve proibir toda e qualquer doação de empresa para candidato. Eu prefiro o financiamento público combinado com doações privadas de pessoas físicas até o limite máximo de três salários mínimos. Acabar com esse compadrio entre empresas que trabalham para o governo e o apoio a candidaturas. A segunda questão é estabelecer eleições a cada seis anos, simultâneas, de presidente da República a vereador. Todos os mandatos deveriam ter seis anos para tirar o País dessa emergência. Hoje, o governador é eleito e, no dia seguinte, já está se tratando das eleições de 2016. A outra questão fundamental é estabelecer a campanha na televisão ao vivo. Acabar com os comerciais de tevê que transformam os candidatos num produto de consumo, construídos por profissionais de propaganda como se fosse um colírio, um detergente, um sabonete, um automóvel. Os candidatos deveriam ir à tevê e fazer o programa ao vivo. Ou, na pior das hipóteses, pré-gravar o programa sem nenhum recurso ou computação gráfica. No máximo, com o número da candidatura, a bandeira e o símbolo do partido. É preciso também acabar com os partidos de aluguel. Estabelecer nas próximas eleições a cláusula de barreira. Quem não fizer determinada porcentagem de votos, o partido deve desistir e os votos se tornariam nulos. E, claro, proibir a coligação nas eleições proporcionais. Para vereador, deputado estadual e deputado federal, o voto tem que ser partidário, em que a pessoa vota no partido.
Partidos falidos
Há uma falência dos partidos. Quando há eleições para vereador, para deputados, os candidatos do próprio partido se digladiam. Há uma autofagia partidária. O voto partidário fortaleceria os partidos e a democracia. Essa reforma tem de ser feita.
Oposição ou situação?
Eu tenho uma posição de objetivar o interesse nacional. Tudo o que for fundamental para o interesse nacional, eu estarei com o governo.
Continua depois da publicidade
Dificuldade do PT em Santa Catarina
O PMDB é inequivocamente a maior estrutura partidária em Santa Catarina. E no País, acho que não há uma estrutura como temos aqui. E isso se reflete na eleição. O senador Dário Berger, que saiu candidato na última hora, sem nenhuma preparação, se elegeu porque havia a estrutura. Os pequenos e médios municípios foram decisivos para ele ganhar.
A presidência do Senado
Tenho sido estimulado por colegas de todos os partidos. Mas a decisão é do PMDB. Vamos ver o que o PMDB vai decidir na segunda quinzena de janeiro. Essas coisas de presidência do Legislativo afunilam e são decididas na última hora. Evidentemente, a política, não dá saltos. Santo Agostinho dizia: “A natureza não dá saltos”. Darwin dizia: “A natureza se adapta e evolui”. E eu digo: A política não dá saltos. Percorri um longo caminho. São mais de 40 anos anos seguidos de mandatos sucessivos. Assumi o meu primeiro mandato em 1973. Evidentemente, se eu disser que não estou preparado para isso, contrariaria até uma trajetória tão longa. O tempo tem de fazer a gente experiente. Quem não aprender com o tempo, não aprende na escola.
PARTE 2 – GOVERNO ESTADUAL
Espaço do PMDB
A questão dos cargos no governo estadual foi delegada a uma comissão formada pelo representante da bancada federal (Ronaldo Benedet), da bancada estadual (Moacir Sopelsa), o presidente do partido (Valdir Cobalchini) e o vice-governador (Eduardo Moreira). A minha participação foi a de chamar os companheiros para sentarem juntos para que o partido tenha decisões unânimes. Porque a minha tarefa, na construção de 2018, quando entendo que o PMDB deve ter candidato forte a governador, passa pela unidade partidária a começar deste momento.
Continua depois da publicidade
Disputa pela pasta da Infraestrutura
Houve um entendimento de que aqueles (do PMDB) que defenderam a candidatura própria ao governo do Estado indicassem o secretário de Infraestrutura, cujo nome é o do Romualdo França. Eu creio que não vá haver nenhum problema em relação a isso. Não tenho outros nomes. Aquela relação que a Acij elaborou, nós avalizamos. Nas tratativas que essa comissão (do PMDB) está liderando, vai haver uma troca da Saúde com a Agricultura. É uma reivindicação muito forte do PMDB do Oeste.
Corte de cargos e reengenharia das SDRs
Quando criei as regionais, o meu desenho era de que elas seriam agências de desenvolvimento regional. Posteriormente, evoluí para secretaria porque fui alertado de que poderia precisar de algum deputado federal ou estadual para ocupar a pasta. Por isso, demos o nome de secretaria, seguindo o mesmo princípio das secretarias regionais de Joinville. O importante é que há uma decisão do governador de fortalecer, potencializar e profissionalizar essas secretarias. O entendimento do governador é de que quanto mais descentralizar, melhor. Ele está convencido disso. Quando estávamos no penúltimo ano do governo, fizemos seminários de avaliação e três coisas ficaram evidentes: a absoluta aprovação das secretarias regionais pela população; a necessidade de elas terem orçamento próprio; e que os cargos fossem ocupados por pessoas que fizeram o curso de agente de desenvolvimento regional. Assim como um diretor de hospital deve ter gestão hospitalar, um agente da SDR tem de ter o curso. Salvo se houver uma pessoa que tenha absoluta experiência. O cargo de secretário adjunto pode ser extinto. Mas a redução dos cargos de confiança não tem impacto nas despesas. O custo de todos os cargos de confiança em SC, que não chega a 2 mil, não representa muito em relação à folha. Mas se o governo identificar funções que devem ser extintas, estou plenamente de acordo. A solução do problema está no incremento da arrecadação. Hoje, a folha do Estado atingiu o limite.
Segurança pública em Joinville
O problema da segurança é complexo. Passa primeiro pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A sociedade quer mais soldados, mais delegados, mais policiais, mas isso tem um teto. Segundo, o policial tem uma aposentadoria especial. Quando forma mil, se aposentam outros mil. Tem um problema estrutural muito grande nesse processo. Isso não quer dizer que seja insolúvel. Como vamos substituir isso? Com tecnologia e com a participação das prefeituras com as guardas municipais. E aprovamos, esses dias em Brasília, uma emenda constitucional dando aos municípios o poder de polícia para que tenham guardas armadas.
Continua depois da publicidade
Batendo na mesa
Joinville tem o problema das câmeras. O governador disse que não pode colocar ainda (as câmeras) porque a empresa que perdeu a concorrência entrou na Justiça. Esse problema é absolutamente urgente. Se o governador cancela a licitação, que está sub judice, e contrata com dispensa de licitação, inequivocamente vai responder a um processo e se incomodar. E o governador Colombo optou por não dar os peitaços que eu dava, né? Se tem de resolver, vai resolver (neste momento, o senador bate com a mão sobre a mesa). Não fazer a dispensa da licitação é justificável diante da judicialização. Seria bom para Joinville que o delegado Dirceu Silveira Júnior ocupasse uma função no comando da Polícia. [horas depois, Artur Nitz foi confirmado como delegado-geral da Polícia Civil].
As demandas de Joinville
Devíamos exigir uma estátua para o seu João Costa, que doou o terreno do cemitério, do campo de futebol, do posto de saúde, da igreja. Hoje, o camarada (morador) é dono do terreno e não doa nem três metros que vão valorizar. Por outro lado, há um erro histórico dos financiamentos do BNDES e eu tenho falado isso até para o presidente. O BNDES financia a obra, mas não financia a desapropriação. E a desapropriação acaba custando muito mais. O Perini Business Park deu exemplo. A Dona Francisca está num impasse. A Santos Dumont também está num impasse. Espero que se possa resolver isso. Talvez até por isso que o deputado Mauro Mariani ache muito importante e tenha feito a indicação do Romualdo (França) para a Seinfra.
Outras obras
Quando eu era governador, fiz uma coisa difícil de acontecer. Um projeto de R$ 40 milhões só para Joinville. O Estado assumiu um financiamento do BNDES só para Joinville. E a Assembleia aprovou. Vou continuar lutando para que o BNDES mude seus contratos, falar até com a presidente se for preciso. Não há como fazer obras de mobilidade urbana sem financiamento para as desapropriações. O viaduto da Tuiuti com a Santos Dumont vai sair porque o governador vai bancar a desapropriação de R$ 7 milhões. Senão, não sairia. Faço um apelo à comunidade para que seja parceira do processo. É preciso que haja um processo de doações, principalmente porque elas valorizam o resto do terreno. O cidadão perde 10%, mas valoriza muito os 90%. Essa lógica tinha que imperar aqui.
Continua depois da publicidade
PARTE 3 – GOVERNO MUNICIPAL
As dificuldades da Prefeitura
O prefeito Udo Döhler ainda está com déficit mensal. Arrecada R$ 100 e gasta R$ 105. Está de mãos atadas. Mesmo assim, acredito muito nele. O Udo me disse que a Prefeitura vai voltar a fazer obras. Sem falsa modéstia, mas onde a gente anda em Joinville, as grandes obras que existem foram iniciadas no tempo do Pedro Ivo e, depois, nós concluímos. Por exemplo as obras que mudaram Joinville em mobilidade urbana, como a Ponte do Trabalhador (foto abaixo), que tirou todo o tráfego do Centro. Quem ia para a Tupy (metalúrgica) tinha que passar na ponte do Mercado Público. A Ponte Mauro Moura, idem. A Beira-rio, o binário do Iririú, o Eixo de Acesso Sul, todas obras grandes de mobilidade urbana.
Mãos atadas
O prefeito Udo está com as mãos atadas em relação aos recursos próprios. Fiz essas obras todas basicamente com recursos próprios. Contei com o governo federal para a Ponte do Trabalhador. Naquela época, iniciávamos a política de saúde. O primeiro ambulatório construímos no bairro Fátima. Hoje, o gasto com a saúde passa dos 25% no governo municipal. Também não tinha esse peso naquela época. Tem que haver um concurso do governo federal e parece que o Udo tem também um programa do BID para saneamento. Acho que nos dois próximos anos a Prefeitura vai se nivelar ao tamanho da cidade.
Relação direta com Udo
Quando o Udo Döhler ganhou a eleição, disse que eu iria cuidar do Senado e o Udo da Prefeitura. Então, tenho a melhor relação com o prefeito. Simplesmente, não quero que digam que eu estou lá, dando pitacos, querendo transformar o prefeito em alguém que executa as minhas ideias. O prefeito Udo é um homem de uma competência e uma experiência tal que não demanda da minha presença frequente. Mas nos falamos praticamente todo dia. Estou fazendo de tudo para ajudar a Prefeitura.
Continua depois da publicidade
Cenário de 2016
Sem dúvida, o prefeito Udo Döhler deve ser candidato à reeleição. Não sei quem serão seus adversários. Se ele for candidato, politicamente, a minha orientação é de que deve cuidar de si, não dos adversários. Não tenho condições de dizer quem serão os adversários [sobre os ex-prefeitos Marco Tebaldi (PSDB), e Carlito Merss (PT)]. Uma candidatura tem vontade própria e a vontade do partido.
A bancada de Joinville
A eleição passada transcorreu diante de um panorama muito ruim. O problema da Petrobras, o problema dos incêndios criminosos de ônibus… Nós vivemos aqui, em Santa Catarina, um clima de desordem geral e irrestrita. Inclusive a candidatura do governador, aqueles incêndios criminosos na última semana, certamente reduziram os votos. Ele teria uma vitória bem mais larga do que a que ocorreu. Não obstante, o bom desempenho que teve o senador Paulo Bauer. Eu sempre disse: essa história de dizer que eu elegi o Paulo Bauer (para o Senado) não é verdade. O Bauer tem um potencial grande. É um candidato organizado, tem bom discurso, boa presença. Mas, apesar do Paulo Bauer, o governador Colombo teria feito mais fotos se não fossem aqueles episódios de última hora.
Câmara de Vereadores
Eu estive muito ocupado. Há uma coincidência entre o processo eleitoral da Câmara de Vereadores e as minhas ocupações no Senado. Estive engolfado nos últimos três meses na questão da dívida dos Estados, que a gente conseguiu reduzir os indicadores, o que vai dar um alívio grande para os Estados no ano que vem. Um processo lento, demorado, difícil, de negociação com o governo federal e os governadores. Mais recentemente, a convalidação dos incentivos fiscais, que permitiram a vinda da BMW, por exemplo. Não estariam aqui empresas da Coreia, de Singapura, da Alemanha, que internacionalizaram a nossa economia. Fiquei debruçado nesses assuntos e não consegui acompanhar a disputa da Câmara. Se eu for acionado, vou trabalhar para que haja a melhor solução nesse processo.
Continua depois da publicidade
PARTE 4 – VIDA PESSOAL
Casa à venda
Eu preciso vender a casa (no bairro Boa Vista) porque ela tem um custo muito alto. Quando eu era prefeito e governador, até por imperativo de segurança, a Prefeitura e o Estado garantiam a guarda da segurança. Hoje, sai do meu bolso. É difícil de manter isso. Então, meu corretor está tentando vender. Vamos ver se acontece algo. Quem for pra lá, vai ser um privilegiado. A casa é cercada de mata atlântica virgem, cercada de passarinhos, pavões, até um tamanduá apareceu lá.
Netoterapia
Quando encerrar o meu mandato, vou fazer o discurso de vida pública. Vou me recolher, iniciar um tratamento que preciso fazer, que é o da netoterapia. Vou ler e escrever. Agora, ninguém nesse País, pelo menos nas próximas duas ou três décadas, terá a aclamação que o senador Pedro Simon (foto acima) teve no seu discurso de despedida.
Último mandato
Nas regras atuais, de ter de correr atrás de dinheiro e ter de explicar a origem do dinheiro de campanha, jamais. Não há apelo do PMDB. Só uma hipótese remota, se for feita a reforma política.
Continua depois da publicidade
Frustrações
Uma coisa que nós criamos na Constituição é a judicialização da política, que os próprios ministros do STF estão condenando. Fui convidado para um jantar com o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, um mês e meio atrás, e o que ele mais falou foi isso: vai procurar conduzir o Judiciário num entendimento com o Legislativo, para reduzir a judicialização. É uma frustração que tenho por não ter previsto isso na Constituinte. Em relação às obras, a construção da avenida Beira-mangue teria mudado o panorama de Joinville na região Leste. A outra é a ponte do Adhemar Garcia. Espero que o prefeito Udo execute. A transformação da (Sociedade Harmonia) Lyra em um Teatro Colon de Joinville. Não consegui convencer as pessoas. A instalação da nova escola do Bolshoi, também não consegui fazer. Tinha o dinheiro, mas o Oscar Niemeyer (arquiteto) foi processado e não quis continuar o projeto. É outra grande frustração que eu tenho. E a Academia de Belas Artes de Florença (Escola d?Arte de Firenze), que era para ser na Piazza Itália.
A grande paixão
Joinville é a maior de todas. Eu até escrevi uma poesia uma vez. “Estar longe de Joinville é sentir uma dor no peito, uma dor na alma, uma dor que só se acalma,
quando chego na Curva do Arroz.”