Os alagamentos desta terça e quarta-feira foram causados por uma combinação conhecida em Joinville: chuva intensa e maré alta. Ela afeta principalmente a região Central da cidade, mas influencia nos outros bairros porque não há escoamento da água. A pesquisadora Therezinha Maria Novais explica que, enquanto a cidade não tiver um sistema de drenagem em funcionamento, a situação se repetirá sempre.

Continua depois da publicidade

— O natural seria que a água escorresse para o leito do rio mas, se o leito também está alagado, não tem para onde escoar e vai “empurrando” para outras regiões — explica ela.

Segundo a Prefeitura, há ações de limpezas de bueiros e rios durante todo o ano, mas o cronograma de 2018 não foi divulgado. A administração municipal também afirma que, além das obras de macrodrenagem do rio Mathias, que tem prazo para conclusão em dezembro de 2018 e tem como objetivo diminuir as cheias na região Central, recentemente Joinville teve financiamento aprovado em 70 milhões de dólares pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para ações de macrodrenagem no Rio Itaum-Açu na região Sul e microdrenagem na zona Oeste.

Na região de Joinville, além da maré astronômica, há efeitos de constrição e atrito, do fundo e das margens da baía da Babitonga e dos rios, sobre as águas que, combinados, interferem na amplitude e nos horários das marés. Este cenário pode gerar sobrelevações de até 1 metro, dependendo do local considerado, sobre a maré calculada pela Marinha do Brasil. A tábua de marés é divulgada no início do ano e, para este mês, ainda prevê outros picos de maré semelhantes e mais altos do que os que ocorreram nos últimos dois dias. Para haver alagamentos, é necessário também que seja registrado um volume alto de chuvas.

Hoje, às 17h30, haverá pico de 1,40 metros. Amanhã, o pico será por volta das 5 horas, de 1,70m, nível que se repete no sábado, no mesmo horário. Nos dias 28, 29 e 30, há alertas da Defesa Civil, com picos de 1,80m; e em 31 de janeiro, com pico de 1,90m durante a madrugada.

Continua depois da publicidade

Leia mais:

Situação está sob controle, afirma prefeito Udo Döhler

Joinvilenses tentam retomar rotina após enxurrada desta madrugada

Central de Emergências dos Bombeiros de Joinville atendeu a 334 ligações