As esperanças do retorno do jornalista francês Romeo Langlois, desaparecido em 28 de abril na Colômbia, se reavivaram neste domingo com a publicação de um comunicado das Farc no Twitter dizendo que o repórter será libertado em breve “são e salvo”.
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“Informamos que o prisioneiro de guerra Romeo Langlois, jornalista francês, será libertado em breve são e salvo”, afirmou a guerrilha em sua conta no Twitter. A informação foi divulgada horas depois da publicação de um vídeo no qual um guerrilheiro confirma deter o repórter e diz contar com uma solução “em breve” para o caso.
O vídeo, gravado no meio da selva, mostrou um integrante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) com um uniforme e fuzil junto a um grupo de guerrilheiros. O guerrilheiro, que se identificou como Ancízar, apelidado de Monazo, confirmou uma mensagem anterior da Frente 15 das Farc, na qual reivindicava a captura de Langlois e o declarava “prisioneiro de guerra”.
Mas naquela ocasião, Ancízar afirmou que informações recebidas posteriormente permitiram determinar que Langlois era efetivamente um jornalista, apesar de ter sido capturado em combate com militares. Langlois, de 35 anos, realizava uma reportagem para a emissora France 24 no departamento de Caquetá (sul) quando a patrulha militar com a qual se deslocava foi atacada por guerrilheiros.
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O jornalista, que ficou ferido no braço, entregou-se aos rebeldes, identificando-se como civil, segundo depoimentos de soldados que o acompanhavam. Quatro militares morreram no confronto e outros oito ficaram feridos, segundo o Ministério da Defesa.
– Concluímos que efetivamente é francês, que se chama Romeo Langlois, que é jornalista – disse o guerrilheiro no vídeo de cerca de três minutos de duração, que foi colocado no YouTube.
Fontes militares asseguraram que o homem que aparece no vídeo é efetivamente um guerrilheiro das Farc, a principal guerrilha da Colômbia com mais 45 anos de luta armada e cerca de 9,2 mil combatentes.
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– Foi reconhecido – disse à AFP o general Javier Rey, comandante da Aviação do Exército em Caquetá, que no entanto afirmou que não se trata de um líder, mas de um “terrorista normal”.
– Acredito que aqui se confirma que as Farc o têm. Já que reconheceram Romeo como jornalista, precisam libertá-lo – disse o general colombiano.
O vídeo foi feito na região onde Langlois desapareceu pelos jornalistas independentes Carlos Villalón, chileno, e Karl Penhaul, britânico, amigos do repórter sequestrado.
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– Gravamos o vídeo em uma selva do departamento de Caquetá – explicou neste domingo à AFP Villalón.
Segundo este jornalista chileno, que reside na Colômbia há 12 anos e escreveu diversas reportagens sobre as Farc, o guerrilheiro entrevistado confessou que as múltiplas reações oficiais e da imprensa confundiram sua unidade em um primeiro momento.
– Com todas as informações que recebemos, dos jornais, das televisões, as declarações dos embaixadores, dos políticos, estávamos completamente confusos – disse o guerrilheiro.
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– Realmente não acreditávamos nessas declarações, queríamos uma investigação exaustiva – afirmou o guerrilheiro, segundo Villalón, que pensa ter conseguido convencê-lo sobre a identidade de Langlois.
Após a divulgação do vídeo, o general Alejandro Navas, comandante das forças militares da Colômbia, disse que “o sequestro do jornalista francês é um atentado contra a liberdade de imprensa” e fez um novo chamado às Farc para que o libertem imediatamente.
– As forças militares da Colômbia darão todas as condições para que o jornalista seja libertado – disse o general Navas.
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Desde meados da semana, foram suspensas as operações militares ofensivas na região, onde delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha estão à espera de que peçam para buscar Langlois.