As sucessivas greves no transporte público da região Metropolitana de Florianópolis, podem ser marcadas em um calendário, já que a pauta de paralisações faz parte do anuário de quem usa o serviço. O trabalhadores do setor cruzam os braços e, mobilizados, literalmente param as cidades que dependem do serviço. Prejuízo para comerciantes, funcionários de outras empresas, escolas, faculdades, prefeituras.
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- Sindicato mantém a greve dos ônibus e diz que não haverá frota mínima
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Nesse ano, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano, Rodoviário, Turismo, Fretamento e Escolar de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb) tem uma lista de reivindicações. Na tentativa de colocar os ônibus para circulação, estão a Prefeitura de Florianópolis e o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município de Florianópolis (Setuf). Mas o que, todos os anos, ocasiona as suspensão dos trabalhos?
Subsídio atrasado por parte da Prefeitura de Florianópolis
De acordo com o Sintraturb, os donos das empresas que compõem o Consórcio Fênix, representados pelo Setuf, “estão usando a greve dos trabalhadores para cobrar da prefeitura de Florianópolis os subsídios atrasados”. De acordo com o Setuf a dívida da prefeitura está quatro meses atrasada, e chega ao valor de R$ 8 milhões.
Liminar no Judiciário e multa
O Tribunal Regional do Trabalho determinou, na noite de terça, que os ônibus voltassem a circular na Grande Florianópolis, cumprindo a tabela de sábado, sob pena de multa. Porém, o sindicato orientou motoristas e cobradores a não obedecerem a decisão judicial. Na quarta-feira, somente quatro ônibus de Palhoça circularam. Em entrevista na manhã de quarta-feira, Dionísio Linger, diretor do Sintraturb as liminares nunca funcionaram pois, os trabalhadores possuem “prerrogativa do direto à greve”.
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O TRT informou que as multas só devem ser cobradas após o dissídio coletivo, mas existe possibilidade de recurso e a decisão acaba sendo demorada.
Catracas livres
A questão foi levantada pelo Sintraturb na última terça-feira. Para o Sindicato, basta o setor patronal aceitar que os trabalhadores, no período de negociação da greve, botem os ônibus nas ruas sem cobrar passagem.
De acordo com Dionísio, os trabalhadores não irão fazer o procedimento sem que o Setuf aceite, já que quando os funcionários são contratados, há uma determinação para que prestem contas do valor arrecadado. Se há erro, a diferença é descontada do cobrador. Por sua vez, o Setuf, disse que o prejuízo dos ônibus circulando sem tarifa seria muito superior ao do atual, enquanto a greve durar.
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Estacionamento
Os funcionários das empresas de transporte alegam não ter onde estacionar os ônibus, e por isso, perdem o intervalo previsto por lei. De acordo com o Sintraturb, as empresas não pagam hora extra e, quando os veículos são multados por estarem estacionado em locais impróprios, os trabalhadores são quem pagam.
De acordo com o secretario de Mobilidade Urbana de Florianópolis, Vinicius Cofferri, a secretaria cedeu parte do terreno onde ficava o camelódromo da Baía Sul, para construir um estacionamento de ônibus. A Secretária de Patrimônio da União (SPU) informou que a documentação do terreno, que é federal, já está em Brasília. Dentro de 30 dias, a secretaria espera ter a resposta para iniciar as obras no terreno.
Refeitório
Nas negociações já iniciadas, ficou acertado que o Setuf construa uma estrutura para os trabalhadores. A solicitação foi repassada pela prefeitura de Florianópolis na greve que começou nesta terça-feira, e acatada pelo sindicato patronal.
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Banheiros
O Setuf informou que além dos banheiros em todos dos terminais, há um quarto, mais afastado preferencial para os funcionários do transporte coletivo. No entanto, há um projeto para construir uma nova estrutura dentro do Ticen. Porem, não há prazo para a construção.
Aumento salarial
O Sintraturb pediu, além dos 9,23% da inflação de 2015, mais 5% de aumento real nos salários. Além disso, os trabalhadores pediram aumento no vale alimentação. Como contra-porposta, o Setuf, em reunião na manhã desta quarta-feira, ofereceu INPC integral para reajuste salarial e aumento real de 2% no ticket alimentação. As negociações continuam e o Sintraturb deve avaliar as propostas feitas pelo Setuf e Prefeitura de Florianópolis às 16h.
DCExplica: greve do transporte coletivo em Florianópolis