Funcionários do cemitério da Enseada, em São Francisco do Sul, Norte de SC, já começaram os trabalhos para a exumação do corpo da catarinense Pâmela Baris do Nascimento, na manhã desta sexta-feira. A modelo tinha 26 anos e morreu durante uma lipoaspiração em São Paulo no fim de outubro. O delegado Ivan Brandt também esteve no local junto com a equipe do IML.

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Para a polícia, a perícia pode esclarecer dúvidas levantadas pela investigação. Entre eles, os fatos de o cirurgião plástico e o estabelecimento médico na capital paulista onde ocorreu a operação não terem comunicado a polícia o ocorrido, o que é obrigatório; e o porquê de o corpo não ter sido submetido à necropsia no Instituto Médico Legal (IML) paulistano.

O delegado do 17º Distrito Policial do bairro Ipiranga, onde o caso foi registrado, Evandro Luiz de Melo Lemos, quer esclarecer se o cirurgião realizou, enquanto a jovem ainda estava viva, a cirurgia para conter a hemorragia ocasionada pela perfuração do fígado.

A família da modelo, por suspeitar de erro médico, registrou boletim de ocorrência na semana seguinte à morte. Pâmela já havia se submetido a cirurgias plásticas anteriormente. Em uma, recebeu implantes de silicone nos seios.

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Outro ponto a ser apurado, diz o delegado, veio do depoimento de um funcionário da funerária paulista que fez o traslado do corpo a SC. Ele contou que um representante do estabelecimento médico onde ocorreu a lipo teria pagado, adiantado, R$ 3 mil pelo traslado – o que é pouco usual.

Segundo Evandro, o dono do Hospital Green Hill, que alugou a sala de cirurgia para o médico Júlio César Yoshimura, apresentou laudos que comprovam que os equipamentos estão com a manutenção em dia. Agora, o delegado vai investigar se os equipamentos são adequados para cirurgias do porte de uma lipo. Ele também pretende ouvir em breve o cirurgião e enfermeiros.

A exumação do corpo da modelo deve ser feita no IML de Joinville – o termo também se estende ao exame pericial pós-sepultamento. Segundo o médico-legista Marcelo Francisco dos Santos, um dos responsáveis pela análise, São Francisco do Sul não oferece estrutura adequada para o procedimento.

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O legista atribuiu a demora na realização da exumação à burocracia. Santos explica que como Pâmela morreu em São Paulo, foi necessário o delegado paulista solicitar o procedimento ao delegado Ivan Brandt de São Francisco do Sul, e ele teve que solicitar as informações referentes ao sepultamento da modelo ao cemitério de Enseada, onde ela foi enterrada, o que costuma demorar.

Quanto ao comprometimento da exumação pela demora, Marcelo acredita que se o corpo de Pâmela foi devidamente conservado pela funerária para o traslado para Santa Catarina, a análise pode ser eficaz.

– Se o corpo não foi devidamente conservado, vai depender das condições do cemitério, muitos fatores influenciam -, disse.

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