A Secretaria de Segurança Pública (SSP) assegura ser prioridade absoluta o combate às quadrilhas de assaltantes de bancos que estão apavorando o interior de Santa Catarina com uma onda crescente de crimes violentos este ano.
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A manifestação é do secretário da SSP, César Grubba, dada por meio de nota após a indagação sobre o baixo efetivo policial em pelo menos 102 municípios do Estado. Em relação ao déficit de servidores, Grubba assinalou que as respostas cabiam ao comando-geral da Polícia Militar.
Conforme mostrou a reportagem Guardiões Solitários publicada pelo Diário Catarinense nesta quinta-feira, há casos de um único policial ficar responsável pelo policiamento inteiro do município durante o turno de 12 horas de serviço (clique na foto abaixo para ler a reportagem especial). As dificuldades foram verificadas em praticamente todas as regiões, especialmente no Alto Vale e Planalto Norte, e acabam atraindo os assaltantes de bancos, que se aproveitam para explodir caixas eletrônicos.
“O assunto referente à atuação de quadrilhas de crime organizado em ações violentas em pequenas cidades, visando assaltos a banco e explosões de caixa eletrônico, está sendo tratado com absoluta prioridade em duas frentes distintas, de inteligência policial: primeiro através das divisões especializadas de roubo a banco e crime organizado da DEIC, e em paralelo através do Grupo Especial de Combate a Facções Criminosas, Granfacrim, que nesse caso integra as inteligências dos órgãos policiais, judiciário, ministério público e entes federais”, diz a nota da SSP.
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Estatísticas da SSP apontam que houve 24 assaltos a bancos (com explosivos ou não) este ano no Estado. Foram 81 ataques em 2015 e 71 em 2014. O mais recente e violento aconteceu na segunda-feira ao meio-dia, em Praia Grande, Sul o Estado, com 7.370 habitantes.
Uma quadrilha armada com fuzis e metralhadoras invadiu duas agências bancárias, rendeu funcionários e clientes e fez os reféns de escudo humano na rua para garantir a segurança da fuga. Parte do bando foi localizada após um intenso tiroteio na madrugada desta quinta com PMs do Batalhão de Operação Policiais Especiais (Bope) — um dos criminosos morreu no confronto e outros dois foram baleados.
“Estado não se preocupou em outros momentos”
Sobre a falta de efetivo, a PM confirmou ainda na quarta-feira a convocação de 711 aprovados em concurso público para soldado. O curso de formação começa no dia 1º de junho e dura oito meses.
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A corporação conta com 10.175 policiais e o ideal seriam no mínimo 16 mil, estimou o comandante-geral da PM, coronel Paulo Henrique Hemm. Para o comandante, no passado a situação já foi mais crítica e a segurança foi deixada de lado nas décadas de 1980 e 1990.
— Como estão ingressando (PMs) estão saindo também. Teve momentos em que o Estado não se preocupou com segurança, nas décadas de 1980 e 1990. Não falo com relação a partidos políticos, mas ficou renegada a terceiro e quinto planos e hoje estamos colhendo os frutos — lamenta Hemm.