A previsão de superlotação no pronto-socorro do Hospital São José de Joinville se confirmou no fim de semana e obrigou o Samu a penar para gerir os leitos com o apoio dos três prontos-atendimentos (PAs) 24 horas, que acabaram concentrando os atendimentos. A falta crônica de leitos na região de Joinville criou situações como a da professora de educação física Berenice Quitério de Souza, 34 anos.

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Sofrendo de uma crise de bronquite asmática, ela chegou ao PA Sul, no Itaum, na noite de sábado. Na falta de leito pelo SUS, a respiração de Berenice estava no domingo sendo controlada por um dispositivo manual. O Samu tinha expectativa de encaminhar a professora para Ituporanga, no Vale do Itajaí, mas a família preferiu entregar um cheque-caução ao privado Hospital Dona Helena.

– Ficaram bombeando um balão de oxigênio por mais de 15 horas porque não tinha equipamento adequado no PA -, critica a mãe de Berenice, Dorilene Quitério de Souza, 60.

A situação foi confirmadas por funcionários da unidade.

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A sobrecarga no São José no fim de semana era esperada por causa da suspensão do plantão no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, por falta de médico, das 13 horas de sexta-feira até as 13 horas desta segunda.

Desde o fim de setembro, o pronto-socorro (PS) do hospital municipal enfrenta superlotação, que alcançou ponto crítico na quinta-feira e fez com que a Prefeitura transferisse parte da demanda para os três PAs.

Com capacidade para 43 pessoas, o PS do São José abrigava cerca de 70 pacientes no sábado e 67 no domingo. Segundo o coordenador do Samu, Niso Balsini, houve situações em que o serviço teve de pedir emprestado equipamentos e buscar leitos em outras cidades para casos mais graves – nos quais o tempo é decisivo.

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– Por enquanto, a gente tem dado um jeito de manter sob controle -, afirmou.

Já na manhã desta segunda-feira, o número de pacientes no PS saltou para 94, perto da situação crítica da semana passada, quando chegou a 100.

SAIBA MAIS

No aguardo do julgamento de recurso entregue ao TJ-SC, que na sexta concedeu liminar ao Estado declarando irregular a greve inciada no dia 23, a paralisação do Sindsaúde continua no Regional e na Darcy Vargas.