Desde o dia 8 de junho, quando o nível do rio Itapocu subiu tanto que transbordou, os moradores do bairro Guamiranga, em Guaramirim, vivenciam a separação trazida pelas águas. A enchente de junho levou consigo parte da lateral do rio e abalou a estrutura da cabeceira da ponte do Agricultor. Interditada por causa dos riscos, a principal ligação entre as duas partes do bairro foi cortada. Apesar das passagens improvisadas feitas para pedestres e bicicletas, a falta dos carros gera impactos na região, tanto para o comércio quanto para os moradores.
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As obras no local começaram há duas semanas. Segundo o coordenador da Defesa Civil de Guaramirim, Irineu José Veiga Júnior, o prazo para a obra é de 90 dias, se o tempo colaborar. Nesta semana, as máquinas preparam o terreno para receber as novas estruturas. O próximo passo será a concretagem das vigas, que serão içadas para completar a ponte. Como o rio alargou na enchente, a ponte finalizada terá 20 metros a mais de extensão. Apenas a cabeceira do lado da Estrada Guaramiranga, na localidade de São Pedro, passa pelas obras.
O governo do Estado anunciou o repasse de R$ 380 mil para a reforma da ponte. Segundo Irineu, o recurso será enviado por meio de um convênio firmado entre a Secretaria de Estado da Defesa Civil e a Secretaria de Desenvolvimento Regional de Jaraguá do Sul (SDR). O projeto executivo da obra já foi entregue e a expectativa é de que o convênio seja concretizado em breve para que a verba seja liberada.
Sem acesso pela ponte do Agricultor, motoristas precisam ir até a ponte Bartolomeu Spezia para a travessia. Pela Estrada Guamiranga, são seis quilômetros. Já pela Bananal do Sul, oito. Moradores contam que a rotina no local mudou. Vilson Jose Ockner vive no lado do Bananal do Sul. Sua esposa Marilene Ockner trabalha no outro lado da ponte. Com tempo bom, ela atravessa de moto. Se o dia está chuvoso, porém, é preciso usar o carro para percorrer os oito quilômetros até a ponte Bartolomeu e retornar o caminho inteiro até chegar ao trabalho.
Menos movimento, menos vendas
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Se o trânsito entre moradores dos dois lados da ponte do Agricultor diminuiu, quem sentiu isso de perto foram os comerciantes. No lado da Estrada Guamiranga, as lamentações são muitas. No Mini-mercado Guamiranga, a redução do movimento chegou a 40%, conforme contam os proprietários, os irmãos Aristeu Rosa e Lacir Maria Borgmann. Na Padaria São Pedro, ao lado do mercado, a situação é a mesma. Um cliente que vive no Bananal do Sul admitiu a nova realidade:
– Antes, eu passava aqui todos os dias após o trabalho, agora é apenas uma ou duas vezes por semana – conta Valmor Kloth.
Como os moradores precisam dirigir até a ponte Bartolomeu Spezia, que fica próxima ao Centro da cidade, a maioria acaba fazendo as compras por lá mesmo pela facilidade de acesso.