Mesmo no inverno, os dias de sol alternados com os de chuva e combinados com a falta de cuidado são um prato cheio para o Aedes aegypti. Não é por acaso que o município contabiliza nove casos de dengue autóctones, contraídos dentro de seus limites, e mais 26 vindos de outras cidades e Estados, o que já caracteriza um surto e coloca Joinville no caminho de uma epidemia, como a cidade próxima Itajaí. O nono caso autóctone foi diagnosticado na sexta-feira.
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Também na sexta-feira, agentes da Vigilância Ambiental estiveram no São Marcos, um dos bairros da cidade que têm focos de mosquito transmissor da doença – são 226 focos em Joinville -, para verificar a situação nas proximidades do posto de saúde do bairro. Foi encontrado um criadouro do mosquito na unidade de saúde, por isso as buscas por outros pontos começou na rua Canelinha e se estendeu aos arredores, no raio de autonomia de voo do mosquito.
Aplicativo contra a dengue é desenvolvido em Joinville
Nos primeiros meses do ano, apenas nove bairros tinham locais de reprodução do mosquito transmissor da dengue. Hoje, são 21 bairros com focos. O recordista continua sendo o bairro Itaum, com 134, seguido do Floresta, que tem 46. O crescimento da dengue na cidade deixa a gerente de Vigilância em Saúde, Jeane Vieira, e toda sua equipe em estado de alerta.
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– É preocupante porque nós temos muitos casos positivos e muitos focos. Antes não tínhamos casos autóctones – observa Jeane.
Para caracterizar uma epidemia, Joinville precisaria ter um número de infectados mais de 50 vezes maior que os atuais 35 contabilizados. Mas nem por isso é possível relaxar nos cuidados. Essa é a fase em que a disseminação do vírus tem controle ou pode fugir totalmente dele.
– Ainda não temos epidemia, porque a maioria dos contágios não tem foco por perto – acredita a gerente.
Apenas em um lugar da cidade o foco do mosquito está próximo das pessoas infectadas pela dengue. No bairro Profipo foi contabilizado o contágio autóctone mais recente em um homem de 31 anos. Ele é vizinho de outro homem infectado, de 41 anos e os dois são vizinhos de criadouros do mosquito.
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A proximidade dos dois casos e dos focos mostra que um ciclo pode se consolidar: a pessoa infectada é picada por um mosquito que acaba contaminado e disseminando a doença num raio de até 300 metros.

Ações também voltadas aos caminhoneiros
Se o mosquito pegar carona, o raio de disseminação da doença cresce de 300 metros para quilômetros. Enquanto Joinville tem um surto, Itajaí lida com uma epidemia de dengue e as duas cidades estão separadas por pouco mais de 87 quilômetros.
O facilitador da Vigilância Ambiental Alcides Silva sabe que o mosquito é caroneiro e viaja pelo Estado na rota de alguns caminhões. Por isso, ele, que faz o planejamento das varreduras e mutirões contra a dengue em Joinville, está planejando também uma ação exclusiva para abordagem de caminhoneiros, seus empregadores e famílias.
– Todas as transportadoras de Joinville já têm armadilhas para o mosquito – diz Alcides.
O bairro Jarivatuba passará por uma varredura nas residências no dia 27 de junho, com a colaboração de alunos da Pontifícia Universidade Católica de Joinville. Eles percorrerão 68 quarteirões do bairro, recolhendo e limpando recipientes que sirvam de criadouro para o Aedes.
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Dois mutirões já estão agendados: um no dia 4 de julho, no Cemitério do Fátima, e outro no dia 11, no Cemitério São Sebastião. Vasos, pratinhos e outros recipientes nos cemitérios podem virar criadouros do mosquito.
Confira dicas de como se prevenir e identificar os sintomas da dengue:
Cuidados
– Manter limpos e fechados recipientes que acumulem água
– Vestir calças, porque elas protegem a pele do mosquito que voa à altura de 1 metro
– Para crianças, usar também blusas de mangas compridas
– O Aedes Egypti tem hábitos diurnos, por isso vasculhe cantos da casa como cortinas e a parte de baixo de mesas para espantá-los
– Mantenha a casa arejada, com boa circulação de ar
– Use repelentes ou cremes com odores fortwes para afastar o mosquito
Sintomas da doença
– Dor atrás dos olhos
– Febre alta
Tratamento
– Não existe tratamento para o vírus, mas, sim, para os sintomas