Uma caminhada perto do 62º Batalhão de Infantaria de Joinville foi o “clique” criativo que levou o engenheiro e programador José Alberto Andrade a revisitar um antigo projeto. Olhando para a água parada e as larvas de mosquito procriando em larga escala, ele não só buscou o cloro da piscina de casa e colocou nos recipientes como foi atrás dos antigo parceiro de projeto, o médico infectologista Luiz Henrique Melo.

Continua depois da publicidade

Leia as últimas notícias sobre Joinville e região

Há dois anos, eles e o estudante de medicina Klaus Schumacher lançaram o SmartDengue, um outro aplicativo para auxiliar no diagnóstico e no tratamento da dengue. Agora, Andrade e Melo resolveram criar outro aplicativo, que pode se chamar GeoDengue, para mapear os focos do mosquito com a ajuda da população. A ideia, dizem os criadores do aplicativo, é cortar o mal pela raiz.

A proposta é simples: o morador usaria o seu smartphone para baixar o aplicativo e enviar fotos do local onde foi encontrado um ou mais focos de dengue. A informação é encaminhada à Vigilância Epidemiológica da cidade, que seguirá os protocolos de verificação e análise das larvas a partir de uma coleta no endereço informado.

A coleta de dados feita pelo aplicativo contribuiria, neste caso, para melhor controle da doença. É nisso que acreditam seus criadores. Além de envolver a população no cuidado com o meio ambiente, a iniciativa forneceria ao poder público informações cruciais no momento de agir diante de uma eventual crise. Tudo estaria ao alcance e análise de um sistema ligado à internet, com o qual seria possível acompanhar o número de focos com mais precisão.

Continua depois da publicidade

Joinville é uma cidade com bolsões verdes espalhados por todos os cantos. Na mata fechada, as bromélias têm capacidade de se transformarem em criadouros do mosquito da dengue, o Aedes aegypti. Por isso, Andrade e Melo acreditam que qualquer tipo de ajuda extra é importante para evitar uma epidemia.

Com o primeiro caso autóctone confirmado – contraído dentro da cidade – e a proximidade de Itajaí, cidade com o maior número de casos de dengue em SC, o risco de Joinville ter novos infectados é considerado alto.

Proposta é evitar a proliferação

Em 2013, Luiz Henrique Melo e José Alberto Andrade tiveram a parceria do estudante de medicina Klaus Schumacher na elaboração do primeiro aplicativo. Um outro software trazia apenas conteúdos educativos para os médicos, principalmente àqueles cuja especialidade não é a infectologia. Em caso de emergência e epidemia, os médicos que não são especialistas em doenças contagiosas como a dengue podiam atender aos pacientes infectados com esse suporte.

Já o SmartDengue, classificam os criadores, é uma ferramenta para salvar vidas. Por meio dele, o paciente faz um cadastro no sistema com base no protocolo de tratamento da dengue e responde a uma série de perguntas. Dependendo da resposta, é estabelecido um peso. De acordo com a pontuação, os pacientes são classificados, e os que apresentam mais chances de desenvolvimento da dengue hemorrágica, por exemplo, têm prioridade.

Continua depois da publicidade

Agora, o GeoDengue chega para auxiliar no combate à proliferação do mosquito. O aplicativo foi desenvolvido para que a Vigilância Epidemiológica controle as armadilhas para capturar o Aedes aegypti. A proposta será apresentada para o prefeito Udo Döhler nesta semana. Segundo os criadores, os aplicativos precisam do apoio do Executivo.