Sem conseguir que a Infraero compre de modo mais rápido a Estação Meteorológica de Superfície (EMS) 1, que vai possibilitar o uso do ILS no Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola, a Prefeitura de Joinville passou a priorizar o uso de um novo procedimento que irá permitir que os aviões naveguem de forma mais segura com a ajuda de satélites.
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Em encontro em Brasília, que contou com a presença do prefeito Udo Döhler, do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), do deputado Darci de Matos (PSD), além de representantes da Infraero, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e do Ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, foi garantido que, a partir de 4 de abril, o Aeroporto de Joinville será o segundo do País a contar com voos que usam o RNP AR – Aproach (em português, performance de navegação requerida com autorização).
O procedimento usa um sistema de bordo existente em aviões mais modernos. Durante todo o percurso, o RNP AR recebe informações que mostram nos visores a posição exata da aeronave. Com isso, o piloto tem a possibilidade de corrigir o trajeto com mais precisão e ganha mais estabilidade no voo e na aterrisagem. Além disso, o teto de pouso (altura com visibilidade) passará a ser de 95 metros ao invés dos 400 metros atuais.
O novo procedimento não substitui o ILS, que depende de uma estação meteorológica para funcionar. O Decea não se comprometeu a comprar a EMS e a Infraero não consegue antecipar o edital. Por isso, o ILS deve entrar em operação só em 2014. Apesar de não ter conseguido o que queria em Brasília, Udo considerou o saldo da reunião positivo.
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– Nosso problema está resolvido. Teremos um procedimento que ajudará a operar de maneira muito mais eficiente. Enquanto isso, o ILS seguirá seu caminho normal para a instalação de todo o aparelho -, disse.
Segundo o superintendente da Infraero em Joinville, Rones Heidemann, a combinação entre RNP AR e ILS deixaria o aeroporto perto de condições ideais.
– A combinação é considerada perfeita. Se for habilitado como o esperado, estaremos próximos do ideal e seremos referência para outros terminais.
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A tecnologia dará agilidade às operações, pois permitirá o uso mais constante da cabeceira 15.
– As aeronaves podem descer mais perto do solo e ter mais produtividade de voo mesmo em condições climáticas adversas, o que é bastante presente em Joinville -, explica Clóvis Fernandes Jr., capitão da Força Aérea Brasileira (FAB), especialista em gerenciamento de tráfego aéreo.
Na América Latina, apenas Brasil, Chile e Peru operam com esta tecnologia. No País, apenas o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, realiza este tipo de operação.
Enquanto o RNP AR não é usado no terminal, funcionários receberão uma palestra sobre o novo procedimento. Nesta quinta-feira, o capitão Clóvis Fernandes Jr., da Força Aérea Brasileira (FAB), especialista em gerenciamento de tráfego aéreo, vai explicar o sistema em uma reunião fechada a tarde.
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