Colunista Clóvis Reis comenta futuro político do Brasil após morte de Eduardo Campos

O colunista do Jornal de Santa Catarina Clóvis Reis fez uma análise sobre o futuro político do país após a morte do presidenciável Eduardo Campos. De acordo com ele, a candidatura de Campos significava uma terceira opção entre os eleitores que estão descontentes com a administração do PT, mas que não queriam se arriscar em votar na oposição. Eduardo Campos morreu em um acidente de avião na manhã desta quarta-feira. A partir de agora, seu partido tem dez dias para indicar um sucessor na chapa.

Confira a análise abaixo:

Os rumos da eleição

A morte de Eduardo Campos constitui um fato político com potencial para mudar o rumo da eleição à Presidência da República. No espectro ideológico da disputa, a candidatura dele se situava entre as duas chapas que polarizam a preferência do eleitor e sua presença em cena era um ponto de equilíbrio e um dos motivos do suspense que ainda persiste sobre o resultado do pleito. Sem um nome forte que ocupe o vácuo decorrente do novo quadro sucessório, arrisco-me a prever que a realidade beneficie a situação.

Eduardo Campos apoiou a eleição da atual presidente e integrou o grupo político que hoje ocupa o Palácio do Planalto. A sua candidatura canalizava o voto de quem tinha algum descontentamento com o governo, mas não arriscaria um voto na oposição. A mim, parece provável que agora seus eleitores se sintam mais à vontade em votar em Dilma Rousseff e no PT, ou eventualmente em branco ou nulo, do que em Aécio Neves e no PSDB.

Por isso, as atenções se voltam para a escolha do seu sucessor. A opção por um nome que aumente a penetração da chapa entre ex-eleitores da situação, como a vice Marina Silva, teria um impacto decisivo para a realização de um segundo turno e, eventualmente, de uma reviravolta no quadro, diante da impotência da oposição na criação de fatos novos nestas eleições. Uma alternativa diferente aprofundaria a distância em favor da situação. De todos os modos, qualquer que seja a escolha do PSB e de seus aliados, os desdobramentos da morte de Eduardo Campos podem impactar em ambas as direções o resultado da disputa.

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