Antes do jogo a confiança estava em alta. Depois do apito final, a tristeza tomou conta e as lágrimas foram inevitáveis. Os colombianos que viram a partida entre Brasil e Colômbia num bar em Lages, na Serra Catarinense, vibraram, sofreram e choraram, mas reconheceram a garra da sua seleção e enalteceram a melhor participação do país em toda a história da Copa.

Continua depois da publicidade

O advogado José Daniel Ochoa Espinal, de 27 anos, chegou a Lages no último dia 24 para visitar a namorada, e engenheira biológica Lina Maria Salazar Echeverri, da mesma idade, que está na cidade desde janeiro para cursar um mestrado no Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

Pela primeira vez no Brasil, os dois, torcedores do Atlético Nacional de Medelin, um dos times mais vitoriosos e populares da Colômbia, estavam eufóricos com a oportunidade de ver o jogo, o mais importante da história do seu país, em pleno território brasileiro.

Casal sofreu ao ver o jogo entre brasileiros em Lages. Foto: Pablo Gomes

Continua depois da publicidade

José e Lina assistiram a partida no bar pertencente à família que os abrigou em Lages. No começo estavam confiantes. José sentenciava o placar de 2 a 1 para a sua seleção. Mas logo a coisa mudou de cenário.

Durante os 90 minutos seguintes o casal ficou apreensivo, xingou o juiz e se emocionou, mas em nenhum momento perdeu a linha e entrou no clima das saudáveis brincadeiras dos amigos brasileiros. Lina estava mais “de boa”, mas José levou a coisa a sério. Afinal, é fanático por futebol.

Um pouco de alegria no gol da Colômbia, mas ao fim do jogo, José e Lina se abraçaram e não seguraram as lágrimas. Os brasileiros não perdoaram e entregaram guardanapos aos chorões, mas respeitaram a dor de quem perdeu e souberam reconhecer com um sincero e sonoro aplauso a belíssima participação da Colômbia na Copa do Mundo.

Continua depois da publicidade

– Fomos muito bem recebidos aqui e estou orgulhoso porque a Colômbia nunca tinha ido tão longe numa copa. Agora vamos torcer pelo Brasil -, disse José, que volta para Medelin, cidade natal dele e de Lina, no máximo em um mês.

Ela continuará em Lages por pelo menos dois anos até concluir os seus estudos e, se tudo der certo, pretende ficar residência na cidade.

– Aqui é muito frio, mas estou adorando essa cidade.