Com informações de Eduardo Cristófoli, NSC TV
A chuva abaixo da média histórica no Vale do Itajaí começou a trazer impactos também para a agricultura. Isso porque bananicultores de Luiz Alves – segundo maior produtor do Estado, atrás apenas de Corupá – estão colhendo produções em menor escala e com a fruta menos desenvolvida do que o normal. Na cidade, não choveu nem 10% do esperado e a queda na colheita de banana chega a 20%. A estimativa é de que pela falta de água, os agricultores tenham deixado de colher 3,5 mil toneladas.
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A expectativa era de que a colheita tivesse sido de 32 mil toneladas nos últimos três meses. A estiagem, porém, impactou diretamente nas plantações e a produção girou em torno de 28 mil toneladas. Um desses agricultores é Joel Stein, que dedica dois terços de sua propriedade para produzir banana. Só neste período com falta de água ele deixou de produzir cerca de 600 caixas da fruta o que, no fim das contas, traz impactos financeiros consideráveis.
– Antigamente a fruta era maior. Com a falta da água ela (a fruta) não tem como puxar nutrientes. É como para o ser humano. Água é tudo. O cacho está bem menor do que era para estar nesse período e com essa falta de chuva acaba dando uma atrasada. Em média um cacho pesa de 25 a 30 quilos. Hoje eles estão pesando uns 15 quilos – lamenta Stein.
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Como a bananicultura é o principal atividade agrícola de Luiz Alves, essa chuva abaixo da média gera preocupação. O engenheiro agrônomo da Epagri, Carlos Jacobsen, explica que a cadeia produtiva da fruta já está consolidada, e a produção em menor escala gera impactos na safra atual e nas próximas.
– Esse prejuízo vai crescer (caso os níveis de chuva não aumentem). Não só a safra imediata está sendo impactada, como também a próxima. Somos o segundo produtor de banana do Estado e a cadeia produtiva já está consolidada. O comércio e todos os outros prestadores de serviço inseridos na cadeia produtiva acabam sendo afetados – explica.
Falta de chuva provoca problemas como estiagem e queimadas em SC
A seca também já começou a afetar as pastagens, plantação de fumo, e alguns riachos do Alto Vale estão secando. Em Dona Emma o mês de julho foi o mais seco dos últimos 34 anos. Conforme a Epagri, no mês passado choveu apenas oito milímetros no município. Em Blumenau (tabela abaixo), o Rio Itajaí-Açu chega a ter medição negativa, já que por influência da maré, em alguns horários, a lâmina d’água fica abaixo do nível do mar. Na cidade choveu apenas um terço do esperado e, embora o abastecimento de água esteja garantido, há preocupação.
Em Brusque, por exemplo, o tempo seco já tem provocado dificuldades na captação em bairros como Dom Joaquim, Zantão e Ribeirão do Mafra, onde o serviço é fornecido por sistemas alternativos. O Samae brusquense, inclusive, já pede para que a população economize água.
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Dados de Blumenau:
Abril
Média histórica: 104 mm
Choveu: 17 mm
Maio
Média histórica: 112 mm
Choveu: 49 mm
Junho
Média: 109 mm
Choveu: 87 mm
Julho
Média: 132 mm
Choveu: 12 mm
Fonte | Ceops da Furb